FMs mais ouvidas do país são de música para "povão"; veja ranking

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

O programa Ooops! mostra o ranking de audiência das rádios FM no último trimestre (fevereiro/março/abril). Os números apontam que as cinco rádios FM mais ouvidas de São Paulo (e do Brasil) são de música para o povão: neosertanejo, pagode e "brega chic".

A rádio com maior audiência hoje é a Nativa FM, do Grupo Band, com quase 272 mil ouvintes por minuto e 1,6% de participação nas rádios ligadas entre 7h e 19h (o horário nobre das rádios). Ela é seguida bem de perto Tupi FM, que tem 261 mil ouvintes/minuto e 1,54% de participação.

 

Em terceiro lugar está a pagodeira Transcontinental, com 245 mil ouvintes/minuto. No quarto lugar, novamente uma rádio do Grupo Band, a Band FM: com brega e sertanejo. Em quinto, outra rádio neosertaneja: a Gazeta (veja tabela abaixo).

 

 
 
 

A medição de audiência das rádios pelo ibope é feita de forma parecida com a que é feita para a TV: por amostragem. Somadas, as audiências das 10 rádios FM mais sintonizadas em São Paulo atingem quase 2 milhões de ouvintes por minuto.

A maior diferença entre a TV e o rádio é que, apesar de haver muito mais estações de rádio do que canais de TV aberta, o ouvinte "zapeia" muito menos que o telespectador. Há, aparentemente, uma fidelidade maior do ouvinte de rádio: ele deixa numa determinada emissora e passa o dia ouvindo-a.

Jornalismo

Interessante notar no ranking que as chamadas rádios jornalísticas ou de prestação de serviço têm audiências irrisórias perto das musicais. A rádio jornalística mais bem colocada no último trimestre foi a CBN, em 19º lugar e com 0,28% de participação. São duas posições atrás, por exemplo, da Gospel FM.

A Bandnews vem a seguir, em 25º lugar, e a Estadão/ESPN está em 33º lugar.

 

 
 

Quem é Legal

"SporTV Repórter"

Programa que destoa de boa parte do que se costuma ver em canais esportivos. O "SporTV Repórter" é inteligente, feito com esmero, cheio de informações relevantes e que consegue misturar história, cultura e esporte em doses ideais. O programa da semana passada, sobre a Polônia, uma das sedes da Euro 2012, foi um exemplo do que é fazer bom jornalismo e jornalismo esportivo ao mesmo tempo. Nota negativa: a ausência, no final da matéria, de seus autores e editores.

Quem Irrita

Propagandas institucionais no canal Warner

Assistir a um filme na Warner é quase uma experiência transcendental: é preciso ser muito evoluído e controlado para não dar uma sapatada no aparelho de TV – tal é o volume de comerciais (institucionais) que o canal exibe. A cada dez ou 15 minutos o filme é cortado, independentemente do trecho em que está para a exibição daqueles comerciais tolos a respeito da programação do próprio canal. Um canal que desrespeita dessa forma aos telespectadores não merece ser prestigiado. Warner: NÃO assista.

 

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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