Na série B, Palmeiras pode perder mais de R$ 30 mi só na TV em 2014

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Se a desgraça alviverde se concretizar e o Palmeiras de fato cair para a série B do Campeonato Brasileiro, isso vai representar não apenas humilhação para o time e seus fanáticos torcedores, mas também um enorme prejuízo financeiro. No ano que vem já haverá queda na venda de ingressos e de produtos do time. No entanto, se continuar na série B em 2014, somente com TV o Palmeiras pode perder R$ 30 milhões ou mais.

O motivo é o acordo que o Palmeiras fez com a Globo em 2011, que previa um pagamento médio anual de algo entre R$ 60 milhões e R$ 90 milhões até 2014. Só que essa quantia, acertada em meados de 2011 após manobra conjunta nos bastidores, de Globo e CBF (que implodiu o finado Clube dos 13), só vale para os times que estão na série A. No primeiro ano, em caso de rebaixamento, a Globo mantém o pagamento integral, mas, nos anos seguintes, a queda é progressiva: -25%, -50% e -75%. Por causa dessa manobra, a Globo teve de negociar com cada clube um valor diferente de, digamos, cachê anual. Corinthians e Flamengo teriam ficado com os maiores, cerca de R$ 100 milhões anuais cada. Já o São Paulo, Atlético-MG, Fluminense, Vasco e Palmeiras ficaram na faixa até R$ 90 milhões.

São vários os motivos do rebaixamento de cachê também. O primeiro é porque a Globo não transmite a série B em rede, e com isso o produto (time) perde seu valor publicitário. Em 2012, por exemplo, a Globo cedeu os direitos da série B à Band; além disso, suas afiliadas regionais costumam transmitir jogos dos clubes de cada Estado na Série B. Mesmo assim, o retorno é bem maior quando a transmissão é feita pela Globo principal, em suas principais praças. Isso não ocorre com a série B.

Em segundo lugar, os jogos da segunda divisão do Brasileiro também são exibidos pela SporTV, mas, obviamente, jogo exibido na TV por assinatura também dá muito menos retorno financeiro: a emissora e, consequentemente, o time, perdem faturamento com cotas principais, anunciantes secundários em vídeo, anunciantes de "placas" de campo; além disso o time também vende menos produtos com sua marca (de camisetas a porquinhos, de souvenirs a pantufas. Isso sem falar em ingressos.

Maioria das estrelas da MTV têm contrato assinado só até março

Ninguém sabe ao certo o futuro da MTV, que pode ser vendida a qualquer momento. A emissora já negou várias vezes estar à venda, mas a forma como está agindo nos contratos de suas estrelas demonstra uma visível preocupação com o futuro no curto prazo: muitas de suas estrelas estão assinando contratos renováveis por apenas três meses, e o limite desses contratos tem sido março de 2013.

Nos corredores da emissora há muitos boatos e insegurança. A torcida é mesmo pela venda, pois teme-se até o sumiço da emissora do line-up brasileiro.

Quem Irrita 1

Merchandising na TV brasileira

A TV aberta brasileira virou um grande e descontrolado "feirão" de anunciantes. O telespectador atualmente não consegue assistir a absolutamente mais nada sem ser bombardeado com propaganda inserida no meio das atrações. O conteúdo é sempre envolvido em ações --reptícias ou não-- para empurrar produtos. Só se pensa em faturar. Qualidade que é bom, nada... É um verdadeiro absurdo o total estado de descontrole que vive a TV aberta no país: um completo desrespeito ao telespectador. TV é uma concessão pública. Ou seja, pertence ao telespectador. Vergonhoso. Mercenário.

Quem Irrita 2

"Os Reis dos Patos", no A&E

Programa ridículo do canal A&E que mostra apenas a matança "esportiva" de pobres animais. Curioso que emissoras como essa tenham coragem de exibir esse tipo de atividade com patos, mas nenhuma tenha "peito" para fazer um reality com a matança de raposas, baleias, pinguins e outros animais que também são abatidos covardemente por (pseudo) humanos. Caso se atrevessem a fazer isso seriam, elas próprias, abatidas por assinantes indignados. A TV por assinatura no Brasil tem um preço nas alturas, mas sua qualidade já está perto do lixo.

 

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

UOL Cursos Online

Todos os cursos