Gloria Perez deve tentar barrar paródia do "Pânico" na Justiça

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Estimulada por amigos e desafetos dos humoristas, a novelista Gloria Perez deve entrar com uma ação pedindo o fim da paródia que o "Pânico na Band" tem feito sobre ela aos domingos. No quadro, intitulado "Save George", a novelista é interpretada pelo humorista Carioca como uma narcisa que não para de fumar e está sempre acompanhada de uma garrafa de álcool.

Segundo o programa Ooops! apurou, a princípio Perez não se incomodou com a paródia, que começou no mês passado, praticamente junto com a trama das 21h na Globo. Pelo contrário, ela até gostou. No entanto, nas semanas seguintes ela passou a ser alertada por amigos que o quadro a estava relatando, na verdade, não só como uma pessoa megalomaníaca como também como um personagem que dá péssimo exemplo, pois não para de fumar e tem sempre uma garrafa de bebida destilada ao lado de seu computador.

Um dos "estímulos" para Gloria entrar com um pedido de liminar contra o quadro teria sido a vitória judicial de outro novelista da Globo, Walcyr Carrasco. Ele obteve na Justiça a suspensão da paródia que o "Pânico" fazia sobre ele, além de obter garantia de uma multa de R$ 50 mil caso um dos integrantes do humorístico da Band se aproxime dele. Na brincadeira, ele era chamado de "Walcyr Churrasco".

"O que o "Pânico" fez me prejudicou moralmente, e isso é o mais importante. Foi um ataque como nunca recebi na vida", afirmou o escritor e novelista à revista "Época" em julho último.

Perez já está se consultando com advogados.

Globo também está de olho em uso de seus logotipos na Band

Não é só Gloria Perez que está incomodada com o uso de sua imagem por parte dos humoristas do "Pânico na Band". O uso do logotipo e da trilha oficial do "Jornal Nacional" no programa também tem sido alvo de atenção na Globo, e há quem defenda que a emissora impeça o uso (ou abuso) dessas imagens e sons.

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Sadismo na TV

Lamentável a Record dar uma matéria de 42 minutos com Guilherme de Pádua, assassino da filha de Gloria Perez. Ok, vão dizer que há a desculpa (justificativa) por causa da "efeméride". Afinal, Daniela foi morta cruelmente exatos 20 anos atrás, em dezembro de 1992, por Guilherme e sua então mulher, a descompensada Paula. O que foi exibido, porém, foi mais um material tétrico, com trilha sonora de mau gosto e sensacionalismo em detalhes. Pádua foi ouvido como se fosse um contador de histórias (convertido!), quando, na verdade, é, e sempre será, um assassino desalmado. Só ele mesmo para acreditar na versão "oh, eu caí e quebrei o pescoço dela, depois dela tomar 19 estocadas de tesoura". Vergonha.

Quem Irrita 2

O governo obcecado com a classe C na TV

Há tantos profissionais e veículos de comunicação legitimamente preocupados com a estagnação do país, cheios de questões relevantes que podem e devem ser respondidas pela presidente da República, mas Dilma prefere parar tudo para dar uma entrevista exclusiva sobre bobagens para Regina Casé, apresentadora de um dos programas mais populares da Globo. Isso mostra como o governo é manipulador: de um lado, nada contra entrevistas inofensivas e acríticas; de outro, a eterna obsessão em tentar dominar e controlar a mídia. E a Globo, tolinha e subutilizada, ainda faz propaganda por dias seguidos, como se fosse um grande feito de sua equipe. Vergonha 2.

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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