MTV nega que vá fechar e revela dia da reestreia de Hermes e Renato

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Em resposta a uma questão colocada por este programa Ooops! na semana passada, o diretor de Programação da MTV, Zico Góes, negou que a emissora corra risco de fechar nos próximos meses. O assunto vem sendo alvo de rumores nos corredores da própria emissora nos últimos meses, mas aumentou desde que perdeu suas principais estrelas, Marcelo Adnet e Dani Calabresa. Ele seguiu para a Globo, para fazer dramaturgia (humorismo). Ela, para a Band, para integrar o CQC.

"A MTV não vai acabar", declarou Góes em entrevista na sede da emissora. "É uma marca muito valiosa para se perder. Para você ter uma ideia, fizeram uma pesquisa e a marca MTV é uma das 70 mais poderosas do mundo", diz o diretor.

Para Góes, no entanto, a emissora é a mais afetada pelas redes sociais e, em especial, pelo YouTube. "A partir de 2005 criou-se um consenso que não valia mais a pena dizer que aqui (a MTV) é onde você vê tudo primeiro, todos os clipes de todas as maiores bandas. Isso porque, com o YouTube, isso deixou de ser verdade".

Para o diretor, a estratégia agora é apostar em novos formatos e conteúdos, inclusive séries, a temporada de Hermes e Renato, que deve reestrear no próximo dia 23 de abril e ainda a interação com os jovens telespectadores: a emissora vai lançar um festival de curtas metragens que poderão feitos e enviados pelos telespectadores. A estreia prevista é no dia 29 de abril.

A MTV pertence ao Grupo Abril. É uma emissora em UHF com abrangência em torno de 40% do território nacional. Além das redes sociais, a emissora ainda sofre concorrência direta de outros canais pagos ou UFH, como o Multishow, OFF, MixTV e PlayTV.

Desafio de passar a Globo em 5 anos é "jogo de cena" de Edir Macedo

No lançamento da nova (sic) programação da Record na semana passada, a presidência da emissora anunciou com pompa e garbo a "determinação" do acionista Edir Macedo de que a Record ultrapassará a Globo em faturamento e audiência entre três e cinco anos. Não há, matematicamente ou economicamente, nenhuma possibilidade disso ocorrer, a menos que um asteroide caia sobre o Projac e outro sobre os estúdios da Globo em São Paulo no mesmo dia. Horrores a parte, nem o mercado publicitário pretende trocar de emissora e tampouco há possibilidade de novo dinheiro entrar nesse mercado, suficiente para mudar o jogo em questão.

Tudo não passa de jogo de cena, para levantar o moral da equipe da Record.

Além disso, uma condição sine qua non para a Record passar a Globo seria passar a disputar o Ibope também nas madrugadas. Isso só ocorreria se a Record tirasse as seis horas noturnas da Igreja Universal de segunda a domingo. Só que essas horas rendem mais de R$ 500 milhões por ano à Record. Dinheiro líquido. E nem assim a emissora chega perto dos vencimentos da Globo, que, no ano passado, teve mais de 2,5 bilhões de lucro líquido.

Então, o bispo Macedo pode até fazer exigências, mas deve tirar o burrico da intempérie.

QUEM É LEGAL

"CQC", da Band

Não só pela chegada de Dani Calabresa, mas o programa encontrou um raro equilíbrio entre humor, ironia e denúncia sobre a desfaçatez na sociedade. Não há nenhuma estrela que queira se sobressair mais que os outros, e a produção, de forma geral, é bem feita. A Band é uma das emissoras que está melhor se adaptando aos novos tempos de redes sociais.

QUEM IRRITA

"Nova programação das TVs abertas"

É uma piada de mau gosto ou então as emissoras realmente pensam que podem enganar o telespectador com um slogan. Por exemplo, a Globo, com seu "vem aí", que anunciaria a nova grade de programas. Que nova grade, caras-pálidas? Não mudou nada, nenhuma inovação em conteúdo, continua tudo a mesma coisa de sempre. É um mero engodo ao pobre e infeliz telespectador.

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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