Record dá helicóptero a Gugu como parte de indenização

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Começou bem o processo de separação "de corpos" entre Gugu e a Record. O apresentador deixou a emissora na última quinta-feira (6), cerca de quatro anos antes do final de seu contrato (que só expiraria no final de 2017). A decisão pela rescisão foi tomada em comum acordo entre as partes e antecipada pelo UOL. Como início dos pagamentos da rescisão, a Record transferiu a propriedade do helicóptero Águia Dourada para Gugu.

Pelo contrato assinado, a Record poderia ter de pagar mais de R$ 130 milhões de indenização ao apresentador, uma vez que foi ela quem, supostamente, teria descumprido algumas cláusulas, como, por exemplo, cortar verba de produção do "Programa do Gugu". No entanto, tudo indica que haverá um bom desconto nesse valor, já que Gugu também estava infeliz e cansado da pressão.

Gugu Liberato vinha sendo pressionado dentro da emissora a dar melhores resultados no ibope e no faturamento do programa. Gugu também sofreu pressões de alas radicais da Igreja Universal, que não se conformavam com o salário de R$ 3 milhões mensais do apresentador.

O helicóptero Águia Dourada sempre foi um símbolo do jornalismo da Record. Segundo Ooops! apurou, na negociação ele foi avaliado na faixa de R$ 5 milhões e já teria sido retirado do Campo de Marte e levado para local ignorado em Carapicuíba, em alguma propriedade do apresentador.

No lugar de Gugu, no próximo domingo, entrará Rodrigo Faro e o "Melhor do Brasil". Como diz o velho ditado, a estratégia da emissora revela o cobertor curto, já que abrirá um enorme vácuo na programação do sábado. "O Melhor do Brasil" vinha mantendo o segundo lugar isolado.

Embora não fale sobre seu futuro, Gugu vai reativar sua produtora e aproveitar a onda de produções nacionais obrigatórias na TV, devido à lei de cotas em vigor.

QUEM É LEGAL

Eurochannel

Vai ser meio absurdo se o governo não liberar um canal tão especializado e óbvio como o Eurochannel de ter de exibir filmes nacionais. O Eurochannel é uma espécie de oásis da arte cinematográfica, e único lugar onde o assinante de TV paga pode desfrutar de filmes não pasteurizados e que não glorifiquem o poderio militar dos EUA. Querer impor a um canal que, como o próprio nome diz, foi criado para difundir arte europeia, vai ser só mais excrescência dessa "lei das cotas". Lei, que, por sinal, está enchendo a TV paga de lixo mambembe. Qualquer imbecilidade vira "produto nacional".

QUEM IRRITA

Comedy Central

Ganha um segundo "irrita desta coluna" por causa não só do tamanho de seus intervalos como também por sua sonoplastia. As vinhetas são repetitivas, incômodas, o narrador não é nem um pouco engraçado. Por favor, mais conteúdo "engraçado" e menos "palhaçada".

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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