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Resultado de referendo na Crimeia deixa o mundo à beira de um conflito

Rostyslav Tronenko

Especial para o UOL

18/03/2014 15h30

O chamado “referendo” na Crimeia, realizado em 16 de março de 2014, foi uma farsa política orquestrada pela Rússia. Esta farsa carente de legitimidade política foi conduzida em uma violação das leis internacionais fundamentais.

A Ucrânia e a comunidade internacional não reconheceram o plebiscito. A Ucrânia agradece o apoio da comunidade internacional, e será implacável na busca de restaurar o estatuto legítimo da Crimeia como parte integrante do país.

A maioria dos observadores que participaram dessa farsa representam as forças marginais de esquerda e de direita. Especialmente, foi marcante a participação de neonazistas da Europa, e de políticos profundamente antissemitas.

Qualquer passo para reconhecer ou legitimar o referendo será visto pela Ucrânia como um movimento profundamente hostil, e irá causar graves repercussões em nível bilateral.

A Ucrânia está profundamente, e dolorosamente, ciente do fato de que a agressão da Rússia deixou o mundo à beira de um conflito fatal.

Há indícios de que a Rússia está a caminho de fazer uma intervenção militar de grande porte no leste e no sul da Ucrânia. Moscou está usando sua vantagem incomparável em força militar e seu estatuto nuclear, violando as garantias dadas à Ucrânia em 1994 pelo Memorando de Budapeste.

O país também viola o Tratado Bilateral de Amizade e Cooperação, de 1997. Há relatos confirmados de que os cidadãos russos participaram de ataques aos edifícios públicos no leste da Ucrânia.

O mundo e o Brasil devem ajudar a Ucrânia a enfrentar essa agressão flagrante. Pedimos às nações do mundo e ao Brasil que não fiquem em silêncio e distanciem-se deste ato de agressão.