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Aviação comercial brasileira está preparada para a Copa do Mundo

Especial para o UOL

14/05/2014 06h00

O Brasil possui um duplo desafio no torneio mundial de futebol: conquistar o título pela sexta vez, e criar as condições estruturais para sediar um evento desse porte. A organização da Copa envolve grandes complexidades, e sabemos que o transporte aéreo será um dos protagonistas da festa.

Em um país de dimensões continentais, é natural que seja assim. O desafio que se apresenta agora, e sobre o qual já temos trabalhado há muito tempo, conecta toda a cadeia do setor de serviços de transporte aéreo e impõe a todos os atores uma cobrança rigorosa por eficiência, em todos os campos de operação.

Nesse sentido, a aviação é um agente importante para conectar as pessoas durante o maior evento de futebol do mundo. Pela primeira vez na história desse torneio serão 12 sedes distantes entre si e com poucas alternativas de acesso. As equipes não ficarão fixas na mesma região durante a primeira fase, o que levará os torcedores a seguir seus times.

Estamos, portanto, diante de um desafio logístico de grande magnitude. Nós nos preparamos e sabemos que passaremos pelo teste. Além disso, existe um esforço conjunto do governo, das concessionárias de aeroportos e das empresas aéreas para atender a forte demanda desse período.

As evidências dessa minha confiança estão expressas em números. Acompanhamos, nos últimos anos, o crescimento exponencial do número de brasileiros que viajam de avião. Seja a trabalho ou lazer, o hábito de voar foi incorporado à nossa rotina. O volume de passageiros triplicou em pouco mais de uma década.

Em 2013, a demanda consolidada de transporte aéreo somou 77,4 milhões de passageiros transportados. O ano de 2014 já começou muito bem, e a demanda de janeiro alcançou um recorde para um único mês, com 7 milhões de passageiros. E mesmo com esse grande volume, o mercado doméstico tem demonstrado um bom desempenho em pontualidade, com 84% das partidas ocorrendo dentro de até 30 minutos em relação ao horário programado. 

Se a projeção feita pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) se concretizar, o mercado de aviação comercial continuará em um ritmo acelerado de expansão. Isso porque a associação estima que o mercado doméstico, que já é o terceiro maior do mundo, vai transportar 211 milhões de pessoas por ano em 2020 – quase o triplo do que transporta atualmente.

Este cenário abre as portas para que as empresas do setor gerem empregos e invistam em tecnologia de ponta, entre outros atributos. A adoção da liberdade tarifária, em 2002, foi um primeiro e importante passo, que concedeu às empresas o direito de gerir os valores de forma eficiente e resultou em uma redução sem precedentes no preço médio das passagens.

Esse avanço, combinado com inovações tecnológicas, como o bilhete eletrônico e o cenário econômico favorável, foi o motor do crescimento do setor.

Esse novo cenário colocou a aviação comercial diante de oportunidades e, ao mesmo tempo, impôs desafios a todos os atores do segmento. O tráfego aéreo mais intenso exigiu soluções que tornassem a operação mais segura e eficiente. A infraestrutura precisava acompanhar o ritmo acelerado do crescimento, o que não aconteceu.

As companhias aéreas, por sua vez, tiveram de se adequar para receber um novo tipo de cliente: o passageiro que não o tinha hábito de voar. Um novo viajante que deseja, cada vez mais, que suas demandas sejam  satisfeitas, o que obrigou as companhias a desenvolver estratégias específicas para atender um público cada vez mais heterogêneo. 

Apesar da diversidade dos clientes, o nível de exigência é sempre alto. A partir do instante em que entramos no avião, esperamos uma experiência perfeita até o nosso destino final. Lidar com esse nível de expectativa e manter o fascínio das pessoas pela aviação são algumas das tarefas instigantes com as quais lidamos diariamente.

Se os desafios são muitos, também é grande a vontade de acertar e mostrar ao mundo que a aviação comercial brasileira é capaz de se sair bem em um ambiente de maior estresse nos saguões dos aeroportos - como se espera na Copa -, como também a de fazer uma grande demonstração da qualidade e excelência dos nossos serviços. Temos a convicção de que o evento será um sucesso e que a nossa contribuição será reconhecida pelo público em geral.