Excesso de shoppings deixa lojas vazias e prejudica comerciantes
O mercado de shoppings centers é muito atrativo e tem tido bons resultados ao longo dos anos, mas passa por um momento de transformação na atividade e também de desafios.
Os espaços, que eram eminentemente centros de compras, passaram a ser também centros de conveniência e convivência - com lazer, gastronomia, redes de academias e serviços embutidos nas estruturas dos shoppings.
Esse mercado possui hoje 866 shoppings ativos no país e outros 153 empreendimentos em construção. Faturou em 2013 R$ 132,8 bilhões e emprega diretamente 1,3 milhão de pessoas.
Um dos grandes desafios que o setor enfrenta é o excesso de shoppings em uma mesma região. A cidade de Sorocaba, por exemplo, possui cinco centros ativos e dois em construção, superando assim a capacidade de consumo da população da região.
Isso também acarreta aos lojistas a elevação de custos fixos - aluguel, condomínio e fundo de promoção. A ocupação de novos empreendimentos não acompanhou o crescimento de vendas, gerando vacância elevada. Isso acontece em algumas regiões do país.
A concentração de shoppings em uma área limita a capacidade de investimento dos lojistas, pois eles não conseguem a obtenção de fundos – linhas especiais de crédito – para investir em expansão. Assim, para abrir novas unidades, resta aos pequenos empreendedores utilizar dinheiro próprio.
Essa dificuldade em obter linhas especiais de crédito inviabiliza o crescimento do mercado e desestimula a concorrência, uma vez que 70% a 75% das lojas em shoppings são de pequenos empresários, que arcam com os custos de ocupação desses empreendimentos e os riscos envolvidos, que são altos.
As tarifas públicas, como energia e IPTU, aumentaram acima da inflação, e o aluguel mínimo para o pequeno empresário está fora da nossa realidade de hoje.
Esse mercado oferece, a cada ano, 25 mil pontos de venda, a maioria deles ocupados por pequenos e médios lojistas. Além disso, esse ano devem ser inaugurados 30 shoppings, gerando em média mais 4500 lojas.
Grupos varejistas, como Carrefour e Pão de Açúcar, estão desenvolvendo centros comerciais em seus empreendimentos, buscando os mesmos lojistas para esses espaços. Essa canibalização gera uma vacância que vai de 8% a 10% dos pontos de venda.
Os novos shoppings, com raras exceções, têm inaugurado com 40% a 50% da sua capacidade ocupada, gerando sérios problemas para empreendedores e lojistas.
Temos a necessidade urgente de rever o modelo de expansão de shoppings centers e adequá-lo a realidade de hoje, além de buscar soluções para manter esse crescimento sem aumentar a mortalidade das pequenas e médias empresas em shoppings.
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