Energia eólica supre escassez de potencial hidrelétrico no país
A energia eólica é a energia produzida através da força dos ventos, que transforma energia cinética em energia elétrica. Muito recente no Brasil, essa fonte de energia já vem contribuindo em grande grau para o desenvolvimento do país, abastecendo hoje cerca de 4 milhões de lares - ou 12 milhões de pessoas, o que corresponde a uma cidade do tamanho de São Paulo.
Embora venha sendo pesquisada há mais de 50 anos, a energia eólica economicamente viável é relativamente nova. Não possui mais de 20 anos, e teve como principais precursores os países europeus, com destaque para a Dinamarca e Alemanha.
Foram esses países que, no início da década de 1990, fizeram grandes esforços em tecnologia com o objetivo de produzir energia a partir de fontes renováveis e, portanto, de recursos naturais, como o vento e o sol.
A Europa, a partir da segunda grande crise do petróleo, ocorrida no final dos anos 1970, percebeu a sua forte dependência energética. O continente utilizava para a produção de energia elétrica o carvão e os derivados do petróleo, sendo esses insumos importados.
No início dos anos 1990, com o objetivo de reduzir essa dependência e ter mais autonomia na produção de energia, os países europeus fizeram grandes investimentos na produção de tecnologia das até então chamadas fontes alternativas.
Tais fontes trariam, por um lado, a independência em termos energéticos e, portanto, maior segurança nacional. Por outro, a possibilidade de produção de energia a partir de fontes limpas e renováveis, contribuindo para a redução da emissão de CO2 e o consequente aquecimento global.
Matriz energética brasileira
Já o Brasil iniciou fortes investimentos na fonte eólica somente a partir do final da década de 2010. Devido à grande fatia da produção de energia proveniente da hidroeletricidade, uma fonte renovável e de baixa emissão de CO2, o país sempre teve independência energética.
O Brasil vem diversificando sua matriz elétrica, construindo um mix de predominância hidrelétrica com outras fontes renováveis (em crescimento). Os grandes potenciais hidrelétricos estão cada vez mais escassos, e há a necessidade de aumentar a oferta de energia para atender o mercado brasileiro.
É nesse contexto que a indústria de energia eólica brasileira vem ocupando cada vez mais espaço no país, sendo hoje a segunda fonte mais competitiva e também a mais contratada.
Foram contratados desde 2009, a partir do primeiro leilão competitivo com participação eólica, mais de 12 GW de capacidade eólica instalada, o que representa cerca de 10% do que o país possui somando todas as demais fontes - nuclear, hidrelétrica, carvão, biomassa e outras.
A energia eólica hoje já instalada representa cerca de 4% do total do sistema e vai crescer fortemente nos próximos anos, podendo chegar a cerca de 10% em 2018.
A possibilidade de produção de energia eólica no Brasil é quase infinita. Temos potenciais eólicos de altíssima qualidade no Nordeste e no Sul e estudos têm apresentado potenciais em São Paulo, Minas Gerais, Espirito Santo e outros Estados que estiveram fora da rota da energia dos ventos no passado.
Com essa velocidade de crescimento, em breve o país vai estar entre os líderes mundiais na produção e no investimento em energia eólica. O Brasil encerrou 2013 como o 13º colocado no ranking mundial de parques eólicos instalados. Neste ano, é o sétimo país que mais instalou novos parques de energia eólica – abaixo de China, Alemanha, Reino Unido, Índia, Canadá e EUA.
Para 2014, estimamos encerrar o ano entre a nona e décima posição do ranking, e entre os cinco primeiros em novos parques instalados e investimentos.
A energia eólica é uma fonte limpa e renovável, que gera empregos e renda para o Brasil. Até hoje, considerando a capacidade já instalada, foram criados mais de 70 mil empregos. Do ponto de vista socioeconômico, a geração de empregos e renda em regiões carentes demonstram um papel relevante das externalidades positivas decorrentes da geração eólica.
Embora venha enfrentando grandes desafios, a indústria, hoje em franco processo de consolidação, ainda precisa superar alguns entraves, como os problemas de logística para o transporte de equipamentos. Podemos considerar bons esses desafios, pois estamos os enfrentando para cumprir uma próxima etapa dessa indústria virtuosa: alcançar sua sustentabilidade de longo prazo.
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