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Alta dos preços muda hábitos de consumo em supermercados

Especial para o UOL

06/09/2014 06h00

O cenário econômico e social do Brasil sempre impôs desafios ao setor supermercadista, que se desenvolveu com muito trabalho para ofertar os melhores produtos e serviços a um consumidor cada vez mais exigente. Porém, o atual panorama do setor exige atenção ao cliente, que passou a consumir produtos mais caros -e não quer abrir mão desse novo hábito- e ao consumidor que tem como foco a compra alimentos mais saudáveis.

Com um maior poder de compra, consumidores de todas as classes estão em busca de mais praticidade no dia a dia e passaram a optar por produtos que oferecem melhor qualidade.

Essa mudança no perfil do consumidor é revelada em pesquisa divulgada pela Apas (Associação Paulista de Supermercados): nos últimos anos, alimentos frescos ganharam importância na cesta do brasileiro. A análise observou um crescimento no consumo de produtos de açougue, hortifrúti e padaria.

A alta dos preços causa mudanças no hábito de consumo e o consumidor faz escolhas mais saudáveis. Ele substitui produtos como refrigerantes, salgadinhos e refeições prontas por produtos como frutas e vegetais frescos ou congelados. De acordo com a pesquisa, 11% dos entrevistados afirmaram que, seos preços dos alimentos subissem, passariam a comprar mais frutas e/ou vegetais frescos ou congelados, enquanto 10% optariam por cereais a granel.

Comer em casa também se tornou uma opção do brasileiro na tentativa de economizar. Pelo menos 63% dos consumidores afirmaram diminuir gastos com refeições fora do lar.

Outra pesquisa encomendada pela APAS apontou que as classes D e E passaram a ter acesso a mais categorias de produtos em todo o Estado. Para se ter ideia, os carrinhos das famílias classe D, cuja renda média per capita é de R$ 400, compraram, em média, 43 categorias de produtos no ano passado. Seis anos antes, não passava de 34. A classe E, formada por famílias que recebem até um salário mínimo por mês, também faz parte dessa realidade.

Dentro desse processo, é difícil avaliar o que ocorre individualmente, mas é evidente que nosso consumo está em evolução, apesar de não estar estabilizado. As pessoas compram mais e estão experimentando novos produtos.

A constatação faz com que os supermercadistas se esforcem cada vez mais para atender a essa demanda por determinadas marcas e tenham que se organizar para um melhor planejamento junto aos fornecedores, para evitar a falta de produtos nas gôndolas.

Hoje, a concorrência do setor foi incrementada pelos modelos de conveniência e pela busca por melhores preços. Além de oferecer preços atraentes, o supermercadista precisa reinventar suas ofertas, lançar serviços e ficar atento às variáveis que influenciam seu negócio, como tecnologia, otimização dos recursos, capacitação profissional, sustentabilidade e mudanças demográficas.

Adaptações como essa demonstram o dinamismo do setor, pronto para incrementar e melhorar a prestação de serviços. Esperamos que venham ainda mais desafios que nos permitam crescer e inovar, levando aos nossos clientes preços ainda mais justos, praticidade e do bom atendimento.

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