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Plebiscito sobre independência devolveu poder ao Parlamento escocês

Especial para o UOL

29/09/2014 06h00

Depois de muita antecipação e incerteza, o referendo da Escócia aconteceu. Com 55% dos votos para o “não” e  45% para o “sim”, com uma participação de 85% dos eleitores, a Escócia permanece parte do Reino Unido. E eu acordei no dia 19 de setembro como o representante no Brasil do mesmo país que no dia anterior. Um alívio e uma alegria.

Um mês antes do referendo, falei no Rio sobre a votação e os argumentos em favor da união.  A votação passou e meu país continua a ser um reino unido, cuja identidade é uma amálgama estranha de tradição e modernidade, uma mistura da Rainha, David Bowie e Doctor Who.

A rede diplomática britânica continua a representar a Escócia pelo mundo e a promover os negócios baseados lá. Continuo a ser o representante do Reino Unido no Brasil, representando os interesses da Inglaterra, País de Gales, Irlanda do Norte e da Escócia no país.

Muito continua, mas muito mudará. O Primeiro Ministro, em seu primeiro pronunciamento após o referendo, foi enfático sobre o respeito aos resultados e o cumprimento das promessas feitas durante a campanha.

Mais poder será devolvido para o Parlamento escocês, o que significa que, em um futuro próximo, a Escócia terá ainda mais liberdade para decidir sobre as questões que lhe afetam diretamente. O referendo também trouxe à tona o papel dos parlamentares escoceses em Westminster - uma questão que há muito ocupa a cabeça dos constitucionalistas britânicos.

A votação na Escócia demonstrou a maturidade democrática do meu país. Uma questão tão complexa e emocional foi debatida, chegando-se a uma conclusão que agora será respeitada por todos. Sem medo, sem preconceito e com uma participação impressionante.

Agora, depois de todas as perguntas, campanhas, argumentos, decisões, continuidades e mudanças, o momento é de olhar para o futuro. Um futuro conjunto, em que continuamos a ser melhores por estarmos juntos.

Como disse a Sua Majestade,"devemos nos lembrar de que, apesar da diversidade de opiniões que foram expressas, temos em comum um amor duradouro pela Escócia, que é uma das coisas que ajuda a nos unir".

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