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É possível dobrar o rendimento da poupança correndo o mesmo risco

Especial para o UOL

09/11/2014 06h00

Existem duas premissas óbvias que podem explicar o direcionamento do voto. A primeira é que devemos aceitar que a decisão de voto para presidente é o resultado de uma troca de qualidade de vida percebida pelo eleitor. E esta troca acontece com a mesma política de pão e circo de sempre. Ou seja, a grande massa com comida e diversão estará satisfeita e feliz e não mudará seu voto. Não há nada de errado nisto.

A segunda premissa é que nos tempos modernos a comida também faz parte da diversão, assim como ter coisas como sofás, TVs, celulares, viagens etc.. Ou seja, o sentimento do "ter" contra o "ser": ter coisas é confundido com ser rico, ser classe média, ser abastado etc.. E até mesmo ter um diploma qualquer faz parte do pacote do ter, sem necessariamente ser.

Obviamente, é indiscutível que é melhor ter tudo isso do que ter nada, ou somente parte disso.

Repare que nos últimos doze anos de governo estas conquistas vieram em boa parte pelos programas sociais, é verdade. Mas, na maior parte, pelo farto acesso ao crédito privado. E é aí que reside a oportunidade.

Ao conquistar sua TV nova, suas roupas, automóveis, casa própria, viagens, mobília e eletrodomésticos via crediário, o trabalhador pagará pelo produto à indústria ou ao importador e, ao sistema financeiro, pagará pelos juros que podem chegar a 12% ao mês dependendo da linha adotada.

O sistema financeiro, por sua vez procede o que chamamos de “securitização” da dívida. Em termos simples, empacotará o risco de muitos e entregará a investidores dispostos a receber juros melhores, através de LCIs, LCs, LHs, FIDCs etc..

Com estes produtos na mira, o investidor atento e com acesso a bancos de investimento, receberá grande parte dos juros que o consumidor dos produtos e serviços via crediário irá pagar. Este investidor terá condições de dobrar sua rentabilidade com o mesmo risco da caderneta de poupança.

Assim, vai a dica final: nos próximos quatro anos, fique atento ao aumento de crédito privado e da inflação, pois isso pode aumentar a rentabilidade e acelerar conquistas sem depender de crédito, mas, sim, aproveitando-se dele com taxas que podem superar a inflação em 100%.

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