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Jovens brasileiros querem mais chances de empreender

Especial para o UOL

11/12/2014 06h00

Pedro Lourenço ousa e vai a Paris. O mochileiro Alex Atala também se faz a partir do velho mundo. Outros ganham diversos espaços para apresentar seus talentos: os Gêmeos, Otávio e Gustavo Pandolfo; os irmãos Humberto e Fernando Campana; Adriana Varejão. Moda, gastronomia, grafite, design, artes. Desfilaria aqui uma lista imensa de exemplos que, como eles, representam criatividade, determinação e resultados. Gente que tem impulsionado nosso soft power. Há nomes nas mais variadas áreas abrindo portas para um novo Brasil que, aos poucos, vai se mostrando lá fora. 

Este é um país pulsante e com muito a se ver além dos estereótipos. E cada brasileiro que se projeta gera empregos, inspira gente e cria um círculo virtuoso de imagem e sucesso.

Olhar para cada trabalho, no entanto, é perceber que, mais que a inspiração e criatividade em si - sem dúvida o diferencial de cada estrela aqui citada -, todos se fizeram porque tiveram condições de se construir e de acessar aprendizados ao longo de suas trajetórias. Tiveram mais que ensino formal, curricular e disciplinado. E quando se sentiram prontos, tiveram meios de empreender.

Para além dos famosos, vi diversos outros trabalhos brasileiros muitíssimo interessantes chegando a outras praças do planeta, por meio de experiências como pontos de cultura, projetos de bolsistas e incentivo à leitura, com traduções de nossos autores para outras línguas.

Opinião 1 - Marta Suplicy

  • Se queremos mais histórias de sucesso e menos violência, a prioridade deve ser o superavit do desenvolvimento humano

    Marta Suplicy, senadora (PT-SP), sobre agenda do país para as novas gerações

As tecnologias ficam mais sofisticadas e acessíveis a cada dia que passa, rompendo barreiras físicas. Temos interação e interatividade tornando mais concretas as oportunidades. E os saberes, mesmo que não organizados, vão chegando e ocupando nossas vidas.  

Pensar que não somos mais uma grande ilha continental e que o contexto de nossas vidas se ampara em parâmetros muito diferentes do que há pouco mais de uma década - quando nossas condições de educação, renda, emprego eram alarmantes -, nos impõe pensar na agenda do país para as novas gerações.

Qual desenvolvimento queremos induzir? Quais são as prioridades? O país tem avanços a comemorar: diminuição da desigualdade, nova classe C fortalecida e alto nível de empregos, mas vive seríssimos problemas com violência e contestações sobre qualidade do ensino por parte da juventude. 

Os jovens querem mais. Querem chances de se construir; empreender. Entender isso é fundamental. Dar respostas também. O século 21 é o tempo em que superamos o tratar das pessoas como massa. Exige mergulhar na complexidade do indivíduo. Vale lembrar: cuidar delas desde a gestação. Se queremos mais histórias de sucesso e menos violência, a prioridade deve ser o superavit do desenvolvimento humano.

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