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Não há futuro para agências de turismo que ignoram a web 2.0

Especial para o UOL

28/06/2015 06h00

Não há futuro para as agências de viagens que deixarem de agregar o valor do conhecimento que possuem sobre a oferta turística, que já está disponível e ao alcance dos consumidores em poucos cliques.

Quem deseja ou precisa viajar continuará a ser surpreendido com inovações tecnológicas hegemônicas, voltadas à apologia do “faça você mesmo”, mas em contato com o seu agente de viagens deverá ser conquistado pelos diferenciais que qualificam a contratação dos serviços que recebem, avaliados e aprovados sob a ótica da melhor relação custo-benefício.

No ambiente web 2.0, não faltam apelos comerciais para a venda de viagens e turismo, muitos dos quais encontram na linguagem visual recursos de sedução eficientes e, mais especificamente, nas imagens em movimento, estímulos para a prática comercial interativa, fortalecendo a tendência do "self booking", que são genericamente os sistemas de autorreserva de voos, hospedagens, locação de carro, entre outros produtos e serviços ofertados online aos viajantes.

Por esse motivo, a Iata (associação internacional de transporte aéreo), posicionada como entidade representativa das linhas aéreas em âmbito global desde a sua criação, em 1945, protagoniza o desenvolvimento de soluções mais amigáveis ao e-commerce.

Nesse cenário, que aponta para o ambiente web 3.0, todos os esforços visam encontrar informações que possam ser analisadas e aproveitadas em tempo hábil. Muitas delas, pertinentes às necessidades, disponibilidades e preferências dos viajantes, estão em posse das agências de viagens.

Assim, nos dois universos, real e virtual, o mundo dos negócios no mercado de viagens e turismo resgata o foco do cliente como parâmetro para repensar os seus modelos de distribuição. Universos distintos e complementares, ou não, se ocupam dos fatos apresentados, que revelam acirrada disputa concorrencial.

A evolução natural provoca fusões, alianças estratégicas, parcerias pontuais e alimenta o noticiário cotidiano, sobrepondo com frequência espaços à reflexão sobre as causas e os efeitos inerentes ao processo em curso.

Confiante nos benefícios decorrentes do uso da tecnologia da informação, que em si mesma não é boa nem má, estudos realizados na Europa e nos EUA dão sinais inequívocos da crescente importância atribuída pelos consumidores mais jovens ao atendimento personalizado das agências de viagens.

De maneira presencial, certamente é possível corresponder e satisfazer todos, desde que o conhecimento acumulado agregue valor percebido e remunere de maneira justa o prestador contratado. Verifica-se ainda: há agências de viagens que obtêm sucesso expressivo atendendo a determinados segmentos e nichos de mercado com proficiência e perícia capazes de cativar e ampliar a clientela.

Programas de fidelidade, tarifas promocionais que beiram ao dumping ou até a irracionalidade das guerras só fazem contribuir com a quebra de empresas, ao mesmo tempo em que criam as condições para a supremacia de poucas e gigantescas corporações.

Assim, a concentração do capital investido opera em favor da credibilidade das marcas que disputam vínculos midiáticos para dar sustentação à rentabilidade, mesmo quando os ganhos contábeis auferidos são insuficientes para alcançar as mesmas margens do passado não tão distante. Ou seja, também frustrantes.

Dúvidas, portanto, predominam no horizonte dos acontecimentos setoriais, que estão fortemente vulneráveis a fatores exógenos e incontroláveis, tais como as variações climáticas, cambiais ou até de humor, só para citar alguns exemplos.

Entre idas e vindas, a Abav-SP aposta na capacitação profissional da força de vendas que representa; responsável por atrair, ampliar e cativar viajantes cada vez mais exigentes e disputados um a um.

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