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Nova agenda de desenvolvimento da ONU amplia combate aos desequilíbrios

Especial para o UOL

18/10/2015 06h00

Os muitos e evidentes desequilíbrios vistos no mundo neste momento impõem, mais do que a reflexão, a ação efetiva da sociedade global sobre todas as questões que desafiam o planeta. Conflitos entre povos, mudanças climáticas, desigualdades sociais, problemas ambientais e urbanos e catástrofes naturais ameaçam a estabilidade do mundo agora e no futuro.

É imprescindível que países, organizações, empresas e demais atores com voz nos muitos fóruns de diálogo global se unam para auxiliar uma grande parcela da humanidade a encontrar condições de vida dignas aliadas a ações que assegurem perenidade do meio ambiente em bases econômicas e políticas sólidas.

No último dia 25, os países-membros da ONU (Organização das Nações Unidas) tiveram uma grande oportunidade para dar uma luz à solução da crise global pela qual estamos passando. Eles assinaram os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs), em evento com 193 líderes mundiais, quando se comprometam com 17 objetivos globais a serem alcançados até 2030.

Esse conjunto tem o potencial de tornar positiva e concreta a nova agenda mundial. Um instrumento para promover a paz, a prosperidade para todas as pessoas, respeitando os limites do planeta e engajando todos os agentes por meio da promoção de amplas parcerias. Abordam temas como erradicação da pobreza, segurança alimentar, saúde, educação, aplicação dos direitos humanos, produção e consumo sustentáveis, universalização de acesso à água potável e a saneamento, mudanças climáticas, entre outros.

Os 17 objetivos foram estabelecidos a partir de amplas negociações e consultas após o acordo da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável de 2012, a Rio+20. Eles dão um passo além dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), que haviam sido criados em 2000 para serem cumpridos até 2015. A diferença entre os ODMs e os ODSs é que os primeiros focavam aspectos mais prioritários para países em desenvolvimento e, por serem apenas oito, eram mais restritos. Já os ODSs são mais amplos, sendo relevantes para qualquer país, independentemente do seu nível de desenvolvimento.

Sua abrangência amplia sua complexidade, por outro lado deixa a porta aberta para a ativa participação de outros atores. Além de governos, espera-se o amplo envolvimento de organizações não governamentais e das empresas.

O objetivo número 8, de “promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos”, poderia ser entendido como mais aplicável para as empresas, mas uma leitura mais profunda e proativa permite que cada empresa se encontre em todos eles. Na Braskem, em um primeiro exercício, encontramos 79 interações entre os 17 ODSs e nossos 10 macro-objetivos empresariais para o Desenvolvimento Sustentável.

A expectativa não só nossa, como de outras empresas, é que essas metas inspirem políticas públicas e norteiem investimentos privados. Entendemos que, com uma matriz energética mais limpa e com produtividade diferenciada em biomassa, setores industriais com atualização tecnológica e diversas empresas com apetite para inovar e para se posicionar em relação ao meio ambiente, o Brasil tem grande potencial para ser exemplo de economia verde e inclusiva e influenciar o comportamento mundial.

O documento final da Rio+20 recebeu o título “O Futuro que Queremos”. O documento com os ODSs que está sendo levado para aprovação dos países recebeu o título “Transformando nosso mundo: a agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Pois bem, que este passo da ONU e dos países seja transformacional, para alcançar esse futuro sustentável que queremos. Está na hora de darmos um basta ao show de notícias bizarras, aqui ou em qualquer lugar do planeta.

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