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Contra o fantasma do desemprego, comece a formar seu 'pé-de-meia'

Especial para o UOL

17/12/2015 06h00

O quadro recessivo previsto para 2015 se concretizou. Recessão de mais de 3% na economia, dólar em alta, inflação em dois dígitos, produção e consumo em queda e desemprego, muito desemprego.

O Brasil perdeu mais de 1 milhão de empregos em 2015 e alcançou o total 9 milhões de desempregados. Exceto por São Paulo, o número é maior do que a população de qualquer outra capital.  

O quadro para 2016 deve continuar pessimista. Por isso, renovo minha primeira recomendação feita para 2015: mantenha-se empregado. E complemento com um adendo para 2016:  junte reservas e invista esses recursos muito bem.

O fantasma do desemprego pode vir não por sua culpa ou por você ser um funcionário displicente –do tipo improdutivo ou que comete erros. A razão é outra. Os motivos ficam bem distantes do seu desempenho profissional. Eles estariam relacionados à falta de faturamento na empresa, que precisará cortar custos, ou, diante de uma situação extrema, à falência de seu empregador.

Como diz um antigo ditado popular, precaução e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Por isso é bom ter uma reserva financeira sólida e segura, além do FGTS e a multa rescisória em caso de demissão.

Se você não fez esse "pé-de-meia", comece a formá-lo agora, usando seu 13º e férias para isso. Reveja gastos como TV a cabo, estacionamento e refeições fora de casa. Corte o que for possível. Evite desperdícios de água e luz e verifique outras contas que podem ser diminuídas. A economia gerada deve ser 100% direcionada para a formação desta reserva que chamamos de colchão financeiro.

Existem muitas opiniões sobre o tamanho deste colchão. A minha é que ele deve sustentar você e a sua família por pelo menos um ano. No entanto, este valor pode –e deve– ser aumentado caso sua empregabilidade seja baixa ou seu ramo de atividade esteja sofrendo muito com a crise.

Os investimentos desses recursos devem começar em um fundo de renda fixa. Busque taxas de administração de no máximo 1% ao ano e taxas de retorno de, ao menos, 90% do CDI, hoje em torno de 12,7% ao ano. Mas lembre-se que os fundos são apenas o começo. A partir do momento que juntar R$ 10 mil ou mais, comece a investir melhor. Migre uma parcela para o Tesouro Direto (Selic) e, quando aumentar essa reserva, será a hora de partir para o CDB, LCI e LCA (entre outros).

Com essa sofisticação, nos dias de hoje, você terá uma rentabilidade superior a 1,1% ao mês já livre de IR. Organize os gastos e tente planejar as retiradas mensais ou trimestrais. Elas farão frente às suas necessidades de caixa para o pagamento das contas e manutenção de seu padrão de vida até que o emprego e a renda retornem.

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