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RJ: Ciclo de desenvolvimento dos últimos oito anos está sob ameaça

Especial para o UOL

01/10/2016 06h00

O único Rio possível é o Rio orgulhoso de si mesmo. Aquele que confia que objetivos podem ser alcançados, que dá para transformar a cidade e avançar. O Rio consciente de que deixou de ser uma eterna promessa e caminha para se tornar uma cidade maravilhosa para todos. Da Ilha de Paquetá a Santa Cruz. De Grumari a Anchieta.

Ainda que haja muitos desafios, conquistas recentes são evidentes e inegáveis. O Rio está mais integrado, inclusivo, moderno e justo. Sabemos que estamos no caminho certo a cada criança matriculada em uma escola em tempo integral e a cada carioca cadastrado em uma Clínica da Família todas as vezes em que recompensamos os servidores pela melhoria na prestação de serviços, e em todos os momentos em que o cidadão percebeu que tinha nas suas mãos o poder de ajudar a prefeitura a solucionar os problemas da cidade com apenas uma ligação ou solicitação via aplicativo. Sempre que um talento do subúrbio ganha voz. Em todas as vezes em que as barreiras físicas e sociais foram desfeitas, que um parque foi entregue à população de locais carentes de área de lazer, a cada casa que ganhou coleta e tratamento de esgoto, a cada rua que deixou de alagar com as chuvas de verão.

O Rio de 2016 não existia em 2008. Estamos falando de milhares de carioquinhas –35% dos alunos da rede municipal de ensino– que ganharam acesso à educação em tempo integral, dos 640  mil trabalhadores que chegam ao trabalho e ao lar com mais rapidez após mais de 120km de BRTs, de mais de 4 milhões de pessoas que têm saúde preventiva nas Clínicas da Família, de mais de 200 mil mães atendidas pelo Cegonha Carioca, dos moradores de quase metade do território da cidade que podem dizer que têm tratamento de esgoto, dos que curtem com a família e amigos os Parques Madureira e Radical, em Deodoro, e a região portuária, que foi redescoberta por todos após a demolição da Perimetral.

É o Rio que torceu e se orgulhou de sediar os primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul, que aproveitou a oportunidade olímpica para trazer muitos projetos de legado para a população, que transferiu para a iniciativa privada a maioria dos custos olímpicos e que investiu os recursos municipais na ampliação da rede de educação e saúde.

Mas esse ciclo de desenvolvimento, que foi pilotado pelo prefeito Eduardo Paes nos últimos oito anos, está sob ameaça de ser interrompido. E não se trata de alarmismo. É o que vem sendo anunciado pelos candidatos a prefeito do Rio que também têm chances de chegar ao segundo turno. Demonstrando absoluto desconhecimento sobre o que foi realizado por nós –ou má-fé–, eles não garantem a manutenção das conquistas e dizem que não vão fazer mais obras, construir  novas escolas ou Clínicas da Família. Fatalmente, serviços correm o risco de serem paralisados. Interromper o modelo de concessões e parcerias público-privadas, por exemplo, como vem sendo defendido, inviabilizará atendimentos essenciais e causará desemprego.

Há diante de nós uma decisão muito séria a ser tomada. A mais importante em muito tempo, já que o Rio de hoje, com a esperança recuperada, não aceita retroceder, se estagnar ou sequer adiar novos ganhos. Não quer abrir mão das transformações na vida dos trabalhadores, dos moradores de regiões mais populares e das crianças que viram sua qualidade de vida melhorar e seu horizonte de oportunidades ser ampliado. Todos, em especial os que mais precisam, ganharam dignidade. E sabem que, nos próximo quatro anos, o ensino integral, a saúde preventiva e os BRTs podem avançar muito mais.

Falta aos meus adversários, tão avessos ao diálogo e agarrados às suas convicções e hábitos arcaicos, a compreensão de que o desenvolvimento se conquista no diálogo e respeito às diferenças. Que ele se dá por meio de parcerias e com o planejamento e a responsabilidade fiscal que nos permitiram multiplicar investimentos economizando recursos públicos.

O cargo de prefeito adquiriu um protagonismo maior na vida das pessoas, sobretudo em momentos de crise. A nossa cidade, que resiste aos impactos do difícil momento que o país e o Estado atravessam, precisa de uma economia forte e de um serviço público cada vez mais eficiente para continuar oferecendo um ambiente próspero. Além do dia a dia da cidade, os prefeitos precisam dialogar com outros entes para vencer desafios que vão da Segurança Pública às mudanças climáticas, passando pelas questões compartilhadas com municípios vizinhos como, no nosso caso, a Baía de Guanabara, o sistema de transporte e até mesmo a busca por atendimento médico. 

No dia 2 de outubro, o carioca vai decidir o futuro da cidade e quem vai para o segundo turno: a candidatura que defende a nociva mistura entre política e religião, a candidatura de radicais avessos ao diálogo ou a minha candidatura, que representa a continuidade do que vem dando certo nos últimos anos. Em outras palavras, o Rio vai escolher se segue em frente ou se anda para trás.

N.R.: O UOL convidou para escrever artigos os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro mais bem posicionados na pesquisa Datafolha de 21 de setembro: Marcelo Crivella (PRB), Marcelo Freixo (PSOL), Pedro Paulo (PMDB), Jandira Feghali (PC do B) e Flávio Bolsonaro (PSC)

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