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SP: Não é preciso reinventar a roda, só é preciso fazer bem feito

Especial para o UOL

02/10/2016 06h00

Governar é a ciência e a arte de utilizar os recursos públicos de forma a atender as necessidades daqueles que mais precisam. O período eleitoral, visto como uma manifestação legítima do processo democrático, deve ser entendido como uma grande oportunidade. Chance de escolher qual caminho será trilhado nos próximos quatro anos e, mais que isso, que padrão político-ideológico decidimos seguir.

Votar é um ato de cidadania e contribui para que a cidade se torne aquilo que desejamos: um espaço onde todos possam morar e usufruir do bem viver, com direitos e deveres. Cada um tem um papel nessa enorme teia que significa eleger prioridades.

O cidadão, elo importante nessa cadeia social, precisa garantir o sustento da sua família e contribuir para uma sociedade mais justa. O gestor público precisa cumprir a lei, ser eficiente, inteligente e criativo no uso de suas atribuições constitucionais. As empresas têm o virtuoso papel de gerar empregos, garantir o pagamento dos impostos e contribuir para o desenvolvimento econômico e social. As organizações do terceiro setor fazem o papel de fomentadoras do desenvolvimento sustentável e da geração de cidadania.

Órgãos de controle fiscalizam a atividade pública e contribuem para o estado de direito. E é assim, cada um com seu papel constitucionalmente definido, que passamos de emergentes para desenvolvidos. São Paulo é um exemplo de garra, muito mais por sua população trabalhadora, do que por seus dirigentes, por vezes confusos na obtenção dos seus objetivos discricionários, sem regras ou limites.

Pretendo governar a cidade de São Paulo com coração grande e pulso forte. Defender o direito do cidadão não é uma tarefa simples. Exige inteligência e foco junto aos diversos grupos de interesse estabelecidos no jogo social. Nossos serviços públicos carecem de maior profissionalismo, melhores condições de trabalho e mais tecnologia. Não dá para admitir, na segunda década do século 21, que dependamos de anotações feitas em papel para tomar decisões importantes, como indicar um exame ou uma cirurgia. A falta de informatização nos processos da prefeitura compromete a eficiência do serviço público e a qualidade de vida do cidadão.

O cidadão paulistano precisa olhar para a história política e administrativa da cidade e fazer uma análise para implementarmos uma nova forma de governar, conciliar interesses, intenções e orçamento, visando o bem da maioria.  Temos mais de 26 anos de atuação pública e conhecemos cada canto da cidade e também o que a população precisa para uma qualidade de vida humana e digna.

Um prefeito, além de ser político, precisa ter competência, experiência de gestor e conhecer todas as necessidades, tanto dos moradores quanto da cidade. Para governar uma cidade do tamanho de São Paulo é preciso articular com os entes federados para obtenção de recursos, por exemplo. No modelo de administração pública vigente, obtém mais recursos aqueles dirigentes públicos que conseguem articular de forma mais assertiva as necessidades do seu município com a disponibilidade de programas de investimento com as demais esferas de poder –Estado, governo federal e iniciativa privada.

Sem experiência política, sem compreensão do conceito de lucro social –empresários gastam a maior parte do seu tempo buscando lucros financeiros–, como seria possível administrar São Paulo?

O gestor público eficiente, além da experiência da articulação política, possui o compromisso com o lucro social, que gera cidadania e transforma dinheiro em qualidade de vida. Empresários transformam dinheiro em patrimônio. E devemos estimulá-los a continuar fazendo isso, a partir de políticas públicas que facilitem o empreendedorismo e a geração de emprego e renda.

A classe política está desgastada. Sabemos que o modus operandi atual não atende mais a nossa sociedade. É preciso renovar a forma de fazer política e dar força para todos os movimentos contrários a esta bagunça generalizada e perpetuada por partidos que não nos servem mais. Sou a favor dos avanços proporcionados pela Lava Jato, defendo os movimentos de rua (a nossa voz mais autêntica) e vou lutar pelo direito das pessoas de terem serviços públicos de qualidade. Fiz isso por toda minha vida e continuarei fazendo.

Pela definição dos gregos, a palavra “política” diz respeito à arte ou ciência da organização, da direção e da administração de nações, Estados ou cidades. Quero usar minha experiência como gestor e minha experiência política para fazer São Paulo funcionar. Afinal, não é preciso reinventar a roda, apenas é preciso fazer bem feito. São Paulo sabe, a gente resolve.

N.R.: O UOL convidou para escrever artigos os candidatos à Prefeitura de São Paulo mais bem posicionados na pesquisa Datafolha divulgada em 22 de setembro: João Doria (PSDB), Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB), Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL).

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