20/06/2011 - 14:03 - Atualizado em: 28/06/2011 - 08:54

Kassab defende que PSD "veio para ficar" e que assinaturas com nomes de mortos "são imperfeições"

Do UOL Notícias
Em São Paulo
Monalisa Lins/UOL News-image

Kassab, prefeito de SP, chega para participar da sabatina Folha/UOL

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou nesta segunda-feira (20) que a sigla que fundou recentemente, o PSD (Partido Social Democrata), “veio para ficar” e que as assinaturas com nomes de mortos na relação de pessoas favoráveis à criação do partido “são imperfeições”.

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“Não é má fé de dirigentes regionais [a inclusão de nomes de mortos]; só falta alguém achar que é. Isso é imperfeição ou inocência de não checar, e só falta alguém imaginar que a direção do partido esteja por trás disso”, disse ele, segundo o qual o partido, na fase de coleta de assinaturas de novos filiados, teve “mais de 100 mil assinaturas” em dez dias.

As afirmações foram feitas por Kassab em duas horas de sabatina promovida hoje das 11h às 13h pela Folha de S.Paulo e o UOL. Além de representantes dos dois veículos, o mandatário ainda respondeu a perguntas de internautas, de integrantes da plateia e ainda de moradores da capital.

Sobre novos filiados no PSD, partido que preside, o prefeito não descartou nem mesmo eventual filiação de políticos como o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) em seus quadros. O ex-prefeito, que já chegou a ser preso graças a processos em que foi acusado de corrupção, participou da sabatina em pergunta, gravada, sobre melhorias no caótico trânsito da capital. “Aceitaria todos aqueles que aceitem nosso plano de governo”, disse Kassab.

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Por outro lado, o prefeito disse acreditar na fidelidade partidária --ele, que trocou o DEM pela sigla que fundou. “Acredito na fidelidade partidária, mas isso é normal, em uma democracia, quando necessário uma acomodação partidária”.

Adversários e apoios

A relação do PSD com setores da sociedade e outros partidos também deu a tônica da sabatina. Sobre adversários à nova sigla, por exemplo, Kassab admitiu que “existem adversários”, mas negou que, entre eles, esteja o governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Pelo contrário, ele é muito transparente. Eu ficaria muito desapontado se ele trabalhasse contra”, disse sobre o tucano.

Indagado sobre uma suposta invasão, na semana passada, do gabinete do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia (DEM), seu ex-aliado, Kassab voltou a negar o episódio. “Discordo. O Rodrigo é um amigo pessoal. Apenas fui fazer uma visita a ele alertando de situações inadequadas; não houve nenhum stress”, esquivou-se.

Na última quinta (16), reportagem da Folha revelou que a estrutura da Prefeitura de São Paulo foi usada na tentativa de conseguir assinaturas para criação da nova sigla. Para o prefeito, o caso é uma 'exceção'. O DEM, ex-partido de Kassab, quer investigar a coleta de assinaturas, já que em Santa Catarina apareceram nomes de pessoas mortas na lista de apoio à criação do PSD.

Por outro lado, o prefeito se mostrou aberto a novas filiações --não descartou, nesse contexto, uma eventual filiação do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP). “Aceitaria todos aqueles que aceitem nosso plano de governo”, disse.

Maluf, por sinal, questionou o entrevistado sobre melhorias no caótico trânsito da capital, a exemplo da também ex-prefeita e senadora Marta Suplicy (PT). Kassab afirmou ser “inadmissível aceitar apenas 70 km de metrô em São Paulo”, se disse contra “a preocupação de colocar nome em placa” de obras e concluiu: o agente público precisa investir na cidade a fim de ter, depois, “condições políticas de exigir isso”.

Eleições

O prefeito também não descartou a possibilidade de lançar candidato próprio do PSD na campanha de sucessão do ano que vem na cidade. "A gestão terá uma candidatura que apoiaremos. Pode ser com o PSD. No momento adequado, vamos discutir essa questão." Sobre o pouco tempo na TV que a nova sigla teria, Kassab afirmou que o problema poderia ser superado com alianças com outros partidos.

Já apoios futuros à presidente Dilma Rousseff (PT), em caso de campanha pela reeleição, e mesmo a Alckmin, um dos possíveis nomes do PSDB parta a sucessão presidencial, também foram cogitados. “Não tenho nenhum preconceito de apoiar a Dilma se ela for uma boa presidenta”, resumiu. Sobre o tucano, lembrou da campanha passada no Estado: “Se eu já o apoiei outra vez...”, comparou”.