Maia defende diminuição do tamanho do governo federal

Paula Bianchi

Do UOL, em Niterói (RJ)

Em discurso durante o 73ª Reunião Geral da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o atual presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato à presidência pelo DEM, Rodrigo Maia, afirmou nesta terça-feira (8) que é fundamental debater o tamanho do governo federal em relação aos Estados e municípios.

"Precisamos discutir de que forma vamos reduzir o tamanho do governo federal", afirmou. Segundo Maia, o excesso de recursos para o governo federal desorganiza a distribuição de tributos para outros entes federativos. Para ele, a concentração de recursos tem de estar na base, e não no governo federal.

"A concentração de recursos e poder em Brasília e no governo federal não tem gerado bons resultados para o Brasil e para os brasileiros. O governo federal precisa criar uma nova estrutura, que custe menos, para que tenhamos mais dinheiro para investir na ponta, nos cidadãos."

O pré-candidato do DEM defendeu o financiamento de políticas públicas "de forma séria", como a universalização do saneamento básico, e voltou a citar a importância de se "inverter a lógica de concentração de recursos no governo federal".

"Governo quer candidatura para olhar o passado", diz Maia

Em entrevista à imprensa após discursar no evento, Rodrigo Maia sinalizou um afastamento do governo federal e uma possível aliança com partidos de "centro-direita". Entre eles, citou o candidato do Podemos, Álvaro Dias. "Me considero de centro-direita, mas com capacidade política para conversar com todos. Precisamos buscar esse tipo de apoio, para ir contra a polarização no país."

"O governo quer uma candidatura para olhar para o passado. A sociedade quer solução para emprego, para habitação, para os jovens. Para construir uma candidatura vitoriosa, é preciso olhar para a frente", afirmou.

O presidente da Câmara minimizou o fato de ter alcançado apenas 1% nas pesquisas e considerou que a população só deve se envolver nas eleições em setembro. "Pesquisas por enquanto não dizem nada. Nós consideramos que vamos conseguir ter um bom tempo de televisão, um bom espaço para crescer."

Maia anunciou a pré-candidatura há dois meses. Na pesquisa Datafolha mais recente, divulgada no dia 15 de abril, o deputado federal aparece com 1% das intenções de voto.

No palco, Maia foi acompanhado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), e deputado Sérgio Zveiter (DEM). Além deles, também estavam presentes o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), e o presidente da FNP, Jonas Donizette (PSB), prefeito de Campinas (SP).

Transmitido pelo UOL, o encontro com os pré-candidatos à Presidência é parte da 73ª Reunião Geral da FNP e reúne prefeitos, vice-prefeitos, parlamentares federais, estaduais e municipais, além de secretários municipais, diretores e servidores públicos.

Além de Maia, participaram do evento Manuela D'Ávila (PCdoB), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Afif Domingos (PSD), Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Aldo Rebelo (SD), Paulo Rabello (PSC) e Henrique Meirelles (MDB).

De acordo com a FNP, foram convidados para participar do evento os pré-candidatos filiados a partidos com ao menos cinco congressistas.

O PT também estava entre os partidos convidados a participar do encontro. A legenda mantém como seu pré-candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o dia 7 de abril por determinação do juiz federal Sérgio Moro, que o condenou pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Lula enviou uma carta que foi divulgada pela organização do evento.

Segundo a FNP, os pré-candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Flávio Rocha (PRB) foram convidados, mas recusaram por conta de compromissos oficiais.

Maia defende redução do governo federal; Veja íntegra

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