Eleições 2018

• Apuração
• Raio-x
• Pesquisas
• Candidatos

A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D'Ávila, afirmou nesta terça-feira (8) que os políticos, sobretudo os gestores locais, precisam refletir sobre a relação com os órgãos de controle fiscal e vigilância institucional.

Isso porque, na visão da deputada estadual pelo RS, a fiscalização do Ministério Público e dos tribunais de contas não podem limitar ou impedir os investimentos e parcerias com a iniciativa privada.

Em discurso no painel "Diálogo com Presidenciáveis", realizado pela FNP (Frente Nacional dos Prefeitos) e com transmissão do UOL, a parlamentar disse que a fiscalização no país se dá "como se toda e qualquer relação entre o poder público e o investimento privado fosse promíscuo". "Não é e não precisa ser."

"Precisamos pensar em quem nos fiscaliza", comentou.

Para a pré-candidata, o MP e os tribunais de contas se manifestam hoje de "forma permanente em uma disputa com o prefeito sobre o rumo dos investimentos".

Na visão dela, a saída para gestores federais, estaduais e municipais seria apostar na transparência. "Precisamos de um governo absolutamente transparente. Quem defendeu o SUS [Sistema Único de Saúde] e não um conjunto de planos privados, quem defende a escola e a segurança públicas, precisa defender um governo com parede de vidro. Absolutamente transparente."

Manuela: centro-direita não faz decolar seus candidatos

Manuela afirmou não considerar negativa a existência de múltiplas candidaturas de esquerda na corrida pelo Palácio do Planalto. Segundo ela, o problema está com "o outro lado".

"Creio que quem tem grandes problemas é o outro lado [candidaturas de centro-direita]. Nós temos o candidato líder nas pesquisas, o ex-presidente Lula. Juntos, mesmo sem a participação dele, nós [Manuela, Boulos e Ciro] somamos 24 pontos percentuais. E eles não conseguem fazer decolar nenhum dos representantes do seu projeto".

A deputada comunista disse, no entanto, que está dialogando com o conjunto de forças políticas de esquerda e que há um prazo longo até julho e agosto, quando serão realizadas as convenções partidárias. Declarou ainda que o momento é de "calma" e "paciência" para "evitar confrontos desnecessários".

"Precisamos ter nesse momento muita calma, paciência e capacidade de diálogo. Evitar confrontos desnecessários. Todas as diferenças que temos são muito pequenas perto da realidade do Brasil."

Segundo Manuela, se não for definida a aliança na primeira fase do pleito, todos estarão juntos em um eventual 2º turno. "É preciso dialogar mais, mas de toda forma tenho a convicção que estaremos todos juntos no segundo turno."

O encontro com os pré-candidatos à Presidência é parte da 73ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos e reúne prefeitos, vice-prefeitos, parlamentares federais, estaduais e municipais, além de secretários municipais, diretores e servidores públicos.

Além de Manuela, participaram Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Afif Domingos (PSD), Rodrigo Maia (DEM), Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Aldo Rebelo (SD), Paulo Rabello (PSC) e Henrique Meirelles (MDB).

De acordo com a FNP, foram convidados para participar do evento os pré-candidatos filiados a partidos com pelo menos cinco congressistas.

O PT também estava entre os partidos convidados a participar do encontro. A legenda mantém como seu pré-candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o dia 7 de abril por determinação do juiz federal Sérgio Moro, que o condenou pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Lula enviou uma carta que foi divulgada pela organização do evento.

Segundo a FNP, os pré-candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Flávio Rocha (PRB) foram convidados, mas recusaram por conta de compromissos oficiais.