Marina Silva diz que opor ciência a religião é debate "muito atrasado"

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • Douglas Pereira

A pré-candidata à Presidência pela Rede, a ex-senadora Marina Silva, defendeu nesta quarta-feira (6) o Estado laico – quando nenhuma religião é oficialmente adotada pelo governo e este se mantém neutro – e disse que opor ciência à religião é um debate "muito atrasado".

A declaração foi dada durante sabatina de pré-candidatos à promovida pelo jornal Correio Braziliense. Marina foi questionada sobre como se posiciona em relação ao ensino da teoria criacionista nas escolas brasileiras. O criacionismo defende que Deus criou a Terra, o ser humano e todos os demais seres vivos com base na Bíblia.

Marina disse que há um mal-entendido quanto ao seu posicionamento desde 2010, quando foi indagada em palestra sobre o assunto. Ela disse ter sido a primeira vítima das chamadas "fake  news" formuladas pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-marqueteiro dela, João Santana, em prisão domiciliar.

"A minha resposta foi 'desde que se ensine a teoria da evolução, não vejo problema [em ensinar o criacionismo]'. Porque a educação religiosa é dada em escolas confessionais. Essa visão de opor ciência e religião é um debate muito atrasado. No meu entendimento, isso já está resolvido há muito tempo. Talvez isso persista por eu ser evangélica. Porque não vejo essa pergunta sendo feita aos cristãos católicos", declarou.

"Obviamente, defendo o Estado laico", disse, ao acrescentar que os evangélicos defenderam a separação do Estado e religião por meio da reforma protestante.

A pré-candidata defendeu a descentralização da educação no Brasil e falou que um dos caminhos possíveis seria por meio da reforma tributária, discutida no Congresso Nacional. No entanto, acrescentou, é preciso também um "novo pacto federativo" em que as competências da União, estados e municípios sejam reorganizadas.

Marina disse que a educação deve ser de qualidade em todas as esferas e defendeu a manutenção da universidade pública gratuita a todos, embora tenha falado ser necessário "reparar um problema grave". No caso, os jovens mais pobres que não têm condições de se preparar para o vestibular e se manter na faculdade.

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