Relação com Temer é para agregar, diz Doria sobre apoio ao presidente

Colaboração para o UOL

O pré-candidato ao governo de São Paulo João Doria (PSDB) reiterou que continua a não ser político, como pregou na campanha de 2016, só está na política. Na sabatina promovida por UOL, Folha de S. Paulo e SBT nesta segunda-feira (11), o ex-prefeito da capital declarou que sua defesa ao governo Temer se dá por "exercício da função pública".

Durante o rompimento nacional entre PSDB e MDB, João Doria foi um dos poucos tucanos a sair em defesa do diálogo com o governo federal. De acordo com o pré-candidato, este não foi um movimento político, mas "exercício da função pública, que é a capacidade de dialogar".

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"Sou agregador, não sou desagregador", afirmou o ex-prefeito. "Eu sempre fiz a defesa do Brasil, de reformas que beneficiem o Brasil. Todas que fizerem [movimentos] neste sentido terão meu apoio", completou.

"Não sou político"

Apesar de ter deixado o cargo depois de 15 meses, João Doria declarou que não pretende fazer carreira política. "Eu não sou político, mas estou na política", reiterou o ex-prefeito. O discurso foi um dos carros chefes de sua campanha à prefeitura de São Paulo em 2016, vencida no primeiro turno.

Segundo Doria, ele aceitou a candidatura por que foi escolhido pelo PSDB. "Fui escolhido por 80,6% nas prévias do meu partido com o voto de 15 mil filiados, tenho compromisso com eles", afirmou.

Doria também não escondeu a vontade de que seu adversário Paulo Skaf (MDB) deixasse a candidatura para integrar a sua chapa. "Tenho uma boa relação com o Paulo", afirmou o ex-prefeito. "Seria muito bom se ele pudesse fazer parte do grupo como candidato ao Senado, onde acredito que seria eleito. Não é afastá-lo do processo", completou.

Polêmica da farinata

O pré-candidato atribuiu aos partidos de esquerda o fracasso do granulado alimentar, apelidado de "farinata", lançado por sua gestão na prefeitura de São Paulo no ano passado. 

Após polêmicas, a prefeitura desistiu da proposta alimentar para escolas públicas, lançada no meio de outubro, em cerca de um mês. O ex-prefeito, no entanto, atribuiu o fracasso à polêmica criada por partidos de esquerda. "Partidos de esquerda são péssimos para construir, mas são muito eficientes para destruir", disse Doria. "A confusão foi de tal ordem que, para evitar que a polêmica afetasse a prefeitura como um todo, nós desistimos", completou.

Segundo o ex-prefeito, os partidos de oposição teriam alterado o conceito original de seu granulado. Ele explicou que seu projeto era baseado na multimistura, um composto composto por farelo de arroz, trigo e sementes promovido pela médica sanitarista Zilda Arns.

Quando questionado sobre as discordâncias internas durante a coletiva de imprensa que anunciou a medida, o ex-prefeito admitiu que houve problema no diálogo entre ele e os secretários. "Faltou uma conversa, mas, quando você está sob uma saraivada de balas, fica mais complicado", declarou.

O pré-candidato, no entanto, reforçou que, após desistir da medida, a prefeitura pôde investir mais em hortas e alimentos orgânicos

"Evidente oportunismo"

Doria considerou oportunista a condecoração da policial militar Katia da Silva Sastre, que matou um assaltante em frente a uma escola em Suzano, na Grande São Paulo, pelo atual governador e pré-candidato Márcio França (PSB).  "Foi um evidente oportunismo", disse o ex-prefeito.

Para ele, França expôs a policial ao homenageá-la publicamente. "As pessoas sabem onde o filho dela estuda. Agora as facções criminosas devem saber onde ela mora", argumentou o pré-candidato.

Ainda em referência a França, o pré-candidato afirmou que teria tomado a mesma atitude se fosse governador, mas não fosse pré-candidato. "Eu teria feito de forma discreta", declarou.

Doria disse ainda ter considerado um equívoco a possível candidatura da policial a deputada federal. "Não me parece sensato que ela queira ser candidata", afirmou o ex-prefeito. 

Veja íntegra da sabatina UOL, Folha e SBT com João Doria

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