Giordano chama Paes de "herdeiro de Cabral" e prega união da esquerda no RJ

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

O pré-candidato do PCdoB ao governo do Rio de Janeiro, Leonardo Giordano, afirmou defender uma "frente de esquerda" na eleição deste ano contra o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM), que, até o momento, diz que não concorrerá à chefia do Executivo fluminense.

Giordano foi confrontado com o fato de que o seu partido, o PC do B, participou do governo Paes tanto em relação a apoio político na eleição de 2012 quanto na gestão administrativa --a deputada federal Jandira Feghali, principal nome da sigla no estado, foi secretária de Cultura.

O pré-candidato disse que não observa nisso uma contradição e que a costura de alianças se deu em função do cenário nacional, já que o PCdoB estava mobilizado para garantir "estrutura de governabilidade" na coalizão encabeçada pelo PT, dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, e pelo PMDB.

À época, o PMDB (hoje MDB) era hegemônico no Rio, com Paes à frente da prefeitura e Cabral, do governo do estado.

"Havia uma necessidade de coalizão que estruturasse a governabilidade de Lula e Dilma, e isso refletia nos estados", justificou.

Ao participar da sabatina UOL, Folha de S.Paulo e SBT, nesta quarta-feira (13), Giordano declarou que estaria aberto para compor uma chapa com o represente do PSOL, Tarcísio Motta, e que "as vaidades pessoais têm que ser colocadas em segundo plano".

Segundo ele, Paes é o "príncipe herdeiro" do ex-governador fluminense Sérgio Cabral (MDB), alvo de 24 ações penais da Lava Jato por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Um eventual triunfo do ex-prefeito representaria, na visão do entrevistado, "mais quatro anos de desmandos". "Nós deveríamos nos unir para barrar isso", concluiu.

"Eu tenho defendido uma frente de esquerda para essas eleições. Tomei um café com o Tarcísio e lamento que ele tenha uma outra visão."

Paes foi consultado pelo UOL, pela Folha de S.Paulo e pelo SBT para participar da série de sabatinas, mas recusou o convite. 

Questionado se abriria mão da pré-candidatura em nome de uma aliança de esquerda, Giordano disse que "não seria um obstáculo" para a formação do que entende ser uma "frente de esquerda". A coalização poderia incluir ainda negociações com o PSB, PT, PDT e outros partidos.

"A pior coisa que pode acontecer com o Rio é a eleição dos medalhões da política nesse pleito. O povo está cansado dos mesmos personagens."

Segurança

Na área da segurança pública, Giordano disse que, se eleito, pretende reunir especialistas de universidades, membros da sociedade civil e policiais para criar um plano que "inverta a pauta da segurança pública".

Ele afirmou que o foco principal dessa estratégia não seria aumentar o efetivo da polícia, comprar armas e reforçar o patrulhamento. As Forças Armadas exerceriam um papel específico na apreensão de armamentos.

Sabatinas

Giordano foi o sexto sabatinado entre os pleiteantes à chefia do Executivo fluminense.

Já participaram do evento os pré-candidatos Wilson Witzel (PSC)Rubem César Fernandes (PPS)Indio da Costa (PSD)Anthony Garotinho (PRP) e Tarcísio Motta (PSOL).

Na sexta-feira (15), será a vez de Pedro Fernandes (PDT). Romário (Podemos) disse que só daria entrevistas quando fosse oficializado candidato. O PT informou que, por incompatibilidade de agenda, Marcia Tiburi, que deve ter a pré-candidatura confirmada pelo partido, não comparecerá à sabatina.

Veja a íntegra da sabatina de Leonardo Giordano

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