"Quem escolheu Temer foi o PT", diz Alckmin sobre possível aliança com MDB

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Fábio Vieira/Fotorua/Estadão Conteúdo

    O pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial, o ex-governador Geraldo Alckmin

    O pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial, o ex-governador Geraldo Alckmin

O pré-candidato do PSDB à Presidência e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, evitou nesta quarta-feira (20) defender o governo do presidente Michel Temer (MDB) ao se referir a uma possível aliança com o MDB pela disputa de outubro. "Não vamos discutir o governo Temer. Quem escolheu Temer para ser vice não fui eu, foi o PT. Eles que são os responsáveis", disse.

O tucano fez as declarações em Brasília em entrevista ao portal Metrópoles. Há semanas que a aproximação entre a pré-candidatura tucana e o MDB tem sido cogitada, já que o ex-ministro Henrique Meirelles, presidenciável  pelo partido do governo, não ultrapassa o 1% de intenção de voto nas últimas pesquisas.

Vice na chapa da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 201 e 2014, o ainda PMDB foi figura central no impeachment da petista, em 2016, com a abertura de processo na Câmara conduzido pelo então presidente da Casa, Eduardo Cunha (MDB-RJ) --cassado meses depois e preso no Paraná, no âmbito da operação Lava Jato, desde outubro daquele ano.

Hoje, indagado sobre a aliança com os emedebistas, Alckmin recuou e disse que não corteja siglas que tenham candidaturas próprias. "Não estamos discutindo com o MDB, até porque, eles têm candidato próprio. Vamos tentar fazer aliança com quem não tem candidato a presidente. Quem tem, vamos respeitar", afirmou.
Se aceitaria apoio do MDB? "Isso não está em discussão", esquivou-se.

Semana passada, o ex-governador citou como prováveis aliados PPS, PV, PSD e PTB – todos, sem candidaturas próprias.

Apesar de salientar que não busca siglas que mantêm pré-candidaturas, o tucano voltou a acenar a dois partidos que estão na disputa ao Planalto com nomes próprios: o Podemos, que tem Alvaro Dias (PR), e o DEM, que lançou a pré-candidatura de Rodrigo Maia (RJ).

Sobre o senador paranaense, que foi filiado ao PSDB até ano passado, Alckmin o mencionou como "bom quadro e líder do partido no Senado" e disse que vai "aguardar" uma posição do parlamentar sobre os rumos na campanha.

Alvaro é visto como um dos principais entraves do ex-governador na região Sul, e aliados da candidatura tucana já travaram conversas, há alguns meses, mas sem sucesso, no sentido de tentar demover o Podemos de seguir na disputa com cabeça de chapa.

"Anestesista sabe controlar o estresse"

O pré-candidato do PSDB também minimizou as conversas entre Maia e Ciro Gomes (PDT) –ontem, por exemplo, os dois presidenciáveis tiveram um jantar reservado, em Brasília, na casa de um amigo do presidente da Câmara.

Questionado se essa aproximação entre ambos estremece a amizade do PSDB com o DEM, já que as duas siglas são historicamente aliadas, Alckmin voltou a afagar o deputado carioca.

"Maia é um grande quadro dessa nova geração, um dos melhores quadros. Tem visão de Brasil, tem coerência, liderança. Queremos estar juntos, mas, se o DEM tiver candidato próprio, respeita-se", afirmou. "Sou médico anestesista – e anestesista sabe controlar o estresse", concluiu.

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