Alckmin diz que rejeição cairá durante campanha e nega 'traição' de tucanos
Leandro Prazeres
Do UOL, em Campina Grande (PB)
O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) disse acreditar que sua taxa de rejeição deverá cair com o início da campanha eleitoral. "A campanha não começou ainda. A hora que começar a campanha, óbvio, o voto cresce e diminui a (taxa de) rejeição", disse o tucano neste sábado (23) em Campina Grande, segunda maior cidade da Paraíba.
A declaração de Alckmin vem no mesmo dia em que a pesquisa "Barômetro Político Estadão-Ipsos" revelou que o tucano é o pré-candidato à Presidência com a maior taxa de desaprovação. Segundo a pesquisa, o índice de desaprovação do tucano é de 70%. Logo atrás dele estão Ciro Gomes (PDT), desaprovado por 65% dos entrevistados, e Marina Silva (Rede), com 63%.
A pesquisa Estadão-Ipsos não mede intenção de voto, mas se os entrevistados e entrevistadas aprovam ou não a maneira como agentes da política e do meio jurídico vêm atuando no país.
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A pesquisa foi divulgada em meio a movimentos de políticos do MDB, PSDB e DEM que cogitam colocar o ex-prefeito de São Paulo João Doria como candidato tucano à Presidência. Isso porque, às vésperas das eleições, o entendimento de integrantes do chamado "centro" é o de que a campanha de Alckmin ainda não emplacou e o temor é de que o grupo político fique sem representante no segundo turno. Na sexta-feira (22), um jantar entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) e o presidente Michel Temer (MDB) teria tratado do assunto.
Indagado sobre o encontro entre os políticos, o ex-governador negou se sentir traído por Aécio e Doria, seu afilhado político, e classificou as notícias sobre as negociações como "fake News".
"Não [me sinto traído], porque o que você está falando é o que se chama de fake News. É desinformar as pessoas. Isso é desrespeitoso com o João Doria, que é candidato a governador de São Paulo e hoje anunciou mais uma aliança. É profundamente desrespeitoso com as pessoas", afirmou o ex-governador.
Alckmin elogia possível vice Mendonça Filho e nega traição de Aécio e Doria
Mendonça Filho como vice?
Questionado sobre a possibilidade de ter o deputado federal e ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM-PE) como candidato a vice na sua chapa, Alckmin disse admirar o parlamentar, mas afirmou que é preciso esperar uma decisão da cúpula do Democratas, que lançou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como pré-candidato à Presidência.
"Sou um grande admirador do Mendonça Filho. Foi um grande ministro da educação. Agora, o DEM tem o Rodrigo Maia, que é uma jovem liderança a quem nós respeitamos. Hoje nós temos praticamente cinco partidos [na aliança]: o PSDB e mais quatro. O DEM tem candidato. Então vamos aguardar. Essas questões vão ser definidas no final de junho", afirmou.
Alckmin nega foco em Bolsonaro
Geraldo Alckmin negou que sua estratégia de campanha tenha centrado ataques ao pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que também passou por Campina Grande neste final de semana. Os dois chegaram a discutir pelo twitter.
"Não estamos centrando embate com ninguém. Estamos falando com os eleitores, ouvindo a população. Em campanha, você não obriga, você conquista", disse o tucano.
Nos últimos dias, Alckmin fez menções a Bolsonaro em redes sociais. No dia 7 de junho, disse desconhecer as propostas do deputado federal na área de segurança.
Não conheço as propostas do Bolsonaro para segurança pública, mas faço o convite. Vamos debater sobre segurança?
— Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) 6 de junho de 2018
Já na última sexta, a equipe que administra a conta de Alckmin no Twitter ironizou Bolsonaro após notícia do jornal O Globo de que o deputado não pretende participar de debates no primeiro turno. Ao UOL, Bolsonaro disse que a notícia era "fake news".
Adivinha quem vai fugir dos debates.#equipeGApic.twitter.com/
— Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) 22 de junho de 2018
Alckmin e Bolsonaro estiveram na mesma cidade (Campina Grande) por pouco mais de 12 horas, mas não chegaram a se encontrar. O deputado federal, que chegou a Campina Grande na quinta-feira (21), teve reuniões com apoiadores neste sábado. A previsão era que o pré-candidato pelo PSL deixasse a cidade no início desta tarde. Alckmin deverá partir na manhã deste domingo (24).
