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O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, foi palestrante em um evento promovido nesta quinta-feira (28), em São Paulo, pela empresa de investimentos XP, e recebeu um cachê de R$ 30 mil pelo trabalho.

Questionado por jornalistas, na saída do evento realizado na região sul da capital paulista, se seria controverso um presidenciável receber como palestrante durante o período de pré-campanha, o ex-governador do Ceará negou e brincou com a situação: "preciso pagar o gim das crianças".

Ciro justificou a brincadeira dizendo que três de seus filhos são adultos: Lívia, Ciro e Yuri. Gael tem dois anos.

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O pedetista falou por cerca de duas horas a investidores para apresentar seus planos na economia, caso seja eleito. Ele ressalvou que não irá mais cobrar por palestras quando sua candidatura for homologada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). "Quando eu for homologado candidato, aí evidentemente que eu suspendo, não faço mais. Enquanto isso, eu sou um cidadão livre. Não há nenhum problema de natureza ética", justificou. 

O pré-candidato ainda afirmou que o valor cobrado pelas palestras "depende do freguês". "Eu cobro dos que podem pagar, para fazer de graça para os que não podem. [O valor] depende do freguês. É tudo progressivo". 

Além dos recursos como palestrante, Ciro Gomes recebe mensalmente R$ 21,1 mil como vice-presidente do PDT, segundo levantamento do jornal "Estado de S.Paulo". Ele ganha mais do que o presidente da sigla, Carlos Lupi, que tem salário de R$ 12 mil.

Pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) e divulgada nesta quinta-feira mostrou Ciro Gomes com 8% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Geraldo Alckmin (PSDB), que tem 6%.

Desculpas ao DEM

Após o evento desta quinta-feira, Ciro também falou sobre a vontade de fechar uma aliança com o DEM e disse estar disposto, inclusive, a se desculpar por ofensas que fez contra partidários da sigla.

"Falei para ACM Neto: 'faça a lista de quem eu preciso ligar, que eu ligo. Não tem nenhum problema'", relatou sobre a conversa com o presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador.

Ciro afirmou que pode agir com "humildade" e pedir desculpas publicamente ao deputado Pauderney Avelino (AM), a quem acusou de ser o "corretor" do suposto esquema de compra de votos para permitir a reeleição no país, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Pauderney processa Ciro por injúria.

"Não me custa nada. Eu estou pensando no Brasil. Tudo que eu precisar fazer de humildade, de habilidade, de paciência, eu farei. Até  porque nunca foi meu objetivo ofender ninguém", afirmou. Ciro disse que os impropérios aconteceram por ter um estilo "duro" de se expressar.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), é o pré-candidato oficial do DEM à disputa pelo Planalto, mas a legenda tem conversado abertamente com outros presidenciáveis para compor eventuais alianças, entre eles o próprio Ciro, Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Pode).

Na semana passada, Ciro se encontrou com Maia e ACM Neto para conversar sobre uma possível coligação. O prefeito de Salvador, que já foi chamado por Ciro de "anão moral", declarou ter encontrado compatibilidade com o projeto do presidenciável e disse não estar preso às desavenças do passado.