Ao lançar candidatura, Ciro cita Lula e diz que 'responsabilidade aumenta'

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

Na convenção nacional do PDT que o confirmou como candidato do partido à Presidência da República, Ciro Gomes citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ministro, em aceno ao PT e aos partidos de esquerda.

"Depois de tudo que houve com o ex-presidente Lula, nossa responsabilidade aumenta muito", disse. "São 207 milhões de pessoas que temos que vestir, que empregar, garantir que se alimentem e que tenham um cuidado médico decente. Todas elas já viram no passado recente que é possível ser diferente quando o governo é conectado com o povo", afirmou Ciro, elogiando a gestão do petista.

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O ex-presidente Lula está preso desde 7 de abril, após ser condenado em segunda instância na Operação Lava Jato, e tem sua candidatura ameaçada pela Lei da Ficha Limpa.

Após perder o apoio dos partidos de centro, ontem, o pedetista já havia elogiado o ex-presidente e feito um discurso com pautas caras à esquerda.

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Pela lei, Lula está inelegível por causa da condenação. Mas o PT tem afirmado que vai pedir o registro da candidatura, enquanto tenta reverter na Justiça a condenação. O ex-presidente tem dito que é inocente e que não há provas contra ele.

Lula governou o país de 2003 a 2010 e teve a gestão marcada por programas sociais, como o Bolsa Família, e pelo aumento do poder de consumo da classe média. Ciro foi ministro da Integração Nacional durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula.

A candidatura de Ciro foi lançada oficialmente nesta sexta-feira (20), em convenção nacional do PDT, ainda sem nenhuma aliança formalizada com outro partido.

Na quinta-feita (19), os principais partidos do chamado "centrão", com quem o PDT vinha negociando apoio, decidiram fechar uma aliança o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Formam o bloco, DEM, PP, PR e Solidariedade.

O aceno à esquerda veio também de Cid Gomes. Em conversa com jornalistas na convenção, o coordenador da campanha afirmou que a prioridade do PDT é buscar alianças entre os partidos considerados do "arco progressita". Cid citou o PSB como uma "prioridade" para um acordo eleitoral.

"As nossas estratégias sempre foram transparentes, sempre foram muito claras. Nossa prioridade sempre foi partidos do arco progressista, partidos que tenham uma militância popular", disse.

"O PSB, como não teve candidatura própria, sempre esteve como nosso principal objetivo", afirmou Cid.

Na maioria das pesquisas de intenção de voto divulgadas até o momento, Ciro tem aparecido em empate técnico com Marina Silva (Rede), na terceira posição. A candidata da Rede tem ficado numericamente à frente de Ciro.

Esses cenários não consideram a participação na disputa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode ter a candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa. No cenário sem Lula, o candidato do PSL, deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) lidera as pesquisas.

Já no cenário em que o nome de Lula é testado, o petista aparece na frente, e Marina e Ciro na terceira e quarta posição, também em empate técnico. Nesses cenários, Bolsonaro aparece na segunda posição.

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