Alvo da Zelotes, Giannetti deixa coordenação de campanha de Doria em SP

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • Carine Wallauer - 11.jun.2018 /UOL

Coordenador-geral do programa de governo do ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB), o economista Roberto Giannetti da Fonseca se licenciou da função nesta quinta-feira (26) após ter sido alvo de uma nova etapa da Operação Zelotes. "O objetivo do afastamento é se dedicar à elaboração de sua defesa nas investigações da Operação Zelotes", disse em nota a campanha de Doria.

Nesta quinta-feira (26), o economista foi um dos alvos da investigação do MPF (Ministério Público Federal), da Receita Federal e da PF (Polícia Federal) que apura irregularidades junto ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). A estimativa é de que elas tenham causado prejuízos totais de cerca de R$ 900 milhões.

De acordo com as investigações, a Kaduna, empresa de Gianetti, teria recebido R$ 8 milhões por meio de um suposto contrato de fachada com a siderúrgica Paranapanema, para o qual não haveria comprovação de serviços realizados pela consultoria.

Posteriormente, a Paranapanema foi beneficiada num julgamento do Carf, com a anulação de uma cobrança de tributos não pagos cujo valor atualizado, mais multas aplicadas, alcança R$ 650 milhões.

Na manhã desta quinta, Giannetti e sua empresa, a Kaduna Consultoria, emitiram comunicado dizendo que são "totalmente infundadas as suspeitas levantadas" contra eles na décima etapa da Operação Zelotes. Em nota conjunta, eles dizem que "estão abertos a prestar qualquer informação e colaborar integralmente com a Justiça Federal para elucidação de qualquer fato".

"Ele [Giannetti] reafirma que aqueles que o conhece sabem que ele sempre se pautou pelos princípios éticos e legais no relacionamento com seus clientes e com as autoridades públicas", diz o comunicado do economista e da consultoria.

Além da campanha de Doria, Giannetti também teve ligação com o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Giannetti escreveu, por vontade própria, um manifesto ​para a campanha de Alckmin. A análise, contudo, não será usada pela campanha.

Em nota, o tucano se manifestou a respeito do economista e da operação. "Em relação ao Roberto Giannetti da Fonseca eu não tenho informação, mas ele não faz parte da nossa equipe --sempre participou e participa das campanhas do PSDB", disse Alckmin.

Giannetti também atuava no Lide (Grupo de Líderes Empresariais), do grupo empresarial fundado Doria. Em nota, o Lide disse que o economista "pediu afastamento temporário do Comitê de Gestão do LIDE para se dedicar à sua defesa".

Iniciada há três anos, a Zelotes apura esquemas de sonegação fiscal no país. Grupos atuavam junto ao Carf, órgão do Ministério da Fazenda, para reverter ou anular multas.

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