Paes se lança na disputa ao governo do Rio após reunião com interventor

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

O ex-prefeito Eduardo Paes confirmou nesta quinta-feira (26) que será o candidato do DEM ao governo do Rio de Janeiro. Após reunião com o interventor federal do RJ, general Braga Netto, na sede do CML (Comando Militar do Leste), o ex-prefeito da capital fluminense disse que demorou a se lançar na corrida eleitoral porque "precisava trabalhar para pagar suas contas".

Desde o fim do mandato na prefeitura, em dezembro de 2016, ele estava atuando na iniciativa privada. Para concorrer ao Executivo fluminense, ele pediu demissão da empresa BYD (fabricante de veículos elétricos), onde exercia o cargo de vice-presidente para a América Latina.

Questionado sobre a composição da chapa, Paes disse que todas as negociações e articulações no campo político estão sendo coordenadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O pré-candidato ao governo não confirmou quem será o vice. É possível que isso seja anunciado na convenção estadual da sigla, marcada para o próximo domingo (29).

Paes afirmou ter procurado o general Braga Netto para se atualizar em relação à política de segurança pública fluminense e a crise de violência que levou o governo federal a decretar a intervenção.

Sem citar o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), o ex-prefeito se posicionou sobre a intervenção, dizendo que o estado vivia "uma falta de comando".

Eu acho que não tem muito essa coisa de ser a favor ou contra a intervenção. A intervenção é necessária. De certa maneira, nós vivíamos uma falta de comando aqui no Rio. A intervenção acabou sendo necessária.
Eduardo Paes, pré-candidato do DEM ao governo do Rio

O agora pré-candidato do DEM declarou ainda que, além da segurança pública, um eixo importante de sua campanha será debater soluções para a penúria financeira que resultou na adesão do RJ ao Regime de Recuperação Fiscal.

Na visão de Paes, o Rio vive "duas intervenções". "Uma na área de segurança e outra na área de finanças públicas com o plano de recuperação fiscal. Não deixa de ser uma intervenção, mas um pouco diferente."

"É o meu senador", diz Paes sobre Cesar Maia

Paes revelou que, apesar da demora para se lançar na disputa, vinha se preparando para o embate eleitoral desde o fim de março, quando deixou o MDB e se filiou ao DEM. Por esse motivo, o político disse acreditar que há tempo hábil para elaborar um plano de governo.

"Permaneci viajando muito, mas desde o início do ano, especialmente a partir do final de março, quando me filiei ao DEM, eu comecei a preparar um time e que começou a refletir sobre questões de estado. A gente já vem mergulhando nessas questões, no campo das finanças públicos, que é um dos objetivos centrais: se não arrumar as contas do estado, não vai ter como fazer muita coisa. No campo da segurança pública, eu já tinha sido candidato em 2006, tinha mergulhado muito no tema."

Desde que deixou a prefeitura, em dezembro de 2016, Paes trabalhou como executivo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e, posteriormente, acumulou o cargo de vice-presidente para a América Latina da BYD.

Ele explicou que a decisão tardia de confirmar sua pré-candidatura --o limite estabelecido pela legislação eleitoral para as convenções partidárias é o dia 5 de agosto--, ocorreu pela necessidade de "trabalhar para sustentar a mulher e os filhos".

"Arranjei um emprego. Aliás, eu tive dois empregos até janeiro. Depois de janeiro, eu permaneci como vice-presidente da BYD e ali que eu pagava minhas contas. Ali que eu sustentava minha mulher e meus filhos. Ali que eu alugo meu apartamento, ali que eu pago a comida e pago a gasolina do carro, o celular. Não ocupei nenhum cargo público, não pedi DAS para ninguém, não pedi carguinho em gabinete de deputado."

"Portanto, eu tinha que trabalhar. E, nos dois contratos que eu tinha, havia ali uma cláusula que me impedia de fazer política e de falar sobre política."

"A razão de eu ter me demitido só agora é porque eu precisava do salário até agora. Deu para economizar um dinheirinho e que dá aí para viver até o fim do ano. Se eu me eleger governador, terei o salário de governador. Se eu não me eleger governador, terei que procurar outro emprego."

O ex-prefeito também disse que as desavenças pessoais com o ex-prefeito Cesar Maia, um dos caciques do DEM, estão superadas. Paes foi lançado na política pelas mãos de Maia e, posteriormente, houve um rompimento entre eles. Os dois chegaram a trocar farpas publicamente.

"É o meu senador", disse ele, em referência à pré-candidatura de Cesar Maia para o Senado. "Espero ser consolidado com ele no próximo domingo. É disparado o melhor nome para o estado do RJ."

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