Ciro critica estratégia do PT e diz que não bajula eleitor de Lula

Do UOL, em São Paulo*

  • Marcelo Chello/CJPress/Estadão Conteúdo

O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) criticou nesta sexta-feira (27) a estratégia política do PT para as eleições deste ano. O partido tem insistido que, mesmo preso e, em tese, inelegível pela Lei da Ficha Limpa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será registrado como candidato para a disputa ao Planalto. A legalidade da candidatura de Lula vai depender de uma análise da Justiça Eleitoral.

Na opinião de Ciro, o PT está adotando uma estratégia que faz o país "dançar à beira de um abismo". "Porque, qual é a lógica? Se o senso comum, que até que está muito fortemente dentro PT, é que o Lula não pode ser candidato por uma lei que ele próprio criou, que é a Lei da Ficha Limpa, então, se o senso comum estiver correto, o que é que está em marcha no Brasil? Uma fraude. Uma fraude onde? Uma fraude na escolha da liderança do país", explicou. As declarações foram dadas em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo na rádio BandNews FM.

Mais cedo nesta sexta, Ciro disse, em entrevista ao programa Hora do Voto, da TV Gazeta, que o PT "não respeita o momento grave que a população brasileira está passando". Se for correto o senso comum que a Lei da Ficha Limpa vai prevalecer, o que está se promovendo é um grande teatro para comover o povo brasileiro e lá na véspera da eleição, o Lula eleger outro presidente por procuração", disse.

Questionado por Azevedo sobre sua declaração à TV Difusora, do Maranhão, de que apenas sua eleição poderia livrar Lula da cadeia, Ciro negou que estivesse flertando ou bajulando o eleitorado petista.

"Você imagina se com um cabra desses do outro lado o Lula tem alguma chance de sair da cadeia. Nenhuma! Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga", disse Ciro à emissora maranhense.

Nesta semana, Ciro já havia dito que foi mal interpretado e que sua declaração foi tirada do contexto. "Quando eu disse a gente, eu não quis dizer eu. Quis dizer os democratas, os que têm compromisso com o Estado democrático de direito, com o restabelecimento da autoridade, do império da lei que, no Brasil, parece estar completamente deformada", disse.

Apesar de classificar a sentença que condenou Lula como "injusta", o candidato do PDT criticou os embates judiciários travados no dia 8 de julho, quando foram despachadas diversas decisões a favor e contra a soltura do ex-presidente.

"Eu sinto que estamos em estado de anarquia", disse Ciro, que defendeu a Operação Lava Jato mesmo após fazer críticas ao Judiciário. Na mesma entrevista à TV Difusora, Ciro afirmou que, se eleito, colocaria o Judiciário e o Ministério Público de volta em suas "caixinhas".

*Com Estadão Conteúdo e Reuters

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