Romário anuncia aliança com Rede, mas sem abrir palanque para Marina no Rio

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

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    27.jul.2018 - O senador Romário (Podemos) confirmou pré-candidatura ao governo do Rio

    27.jul.2018 - O senador Romário (Podemos) confirmou pré-candidatura ao governo do Rio

O senador Romário (Podemos) confirmou nesta sexta-feira (27) sua pré-candidatura ao governo do Rio de Janeiro e anunciou aliança com a Rede. Ele afirmou, porém, que não terá Marina em seu palanque na corrida eleitoral e apoiará o senador Álvaro Dias, presidenciável do Podemos.

A aliança entre Podemos e Rede no Rio visa principalmente uma troca de apoio entre Romário e o deputado Miro Teixeira (Rede), que concorrerá ao cargo de senador.

"Isso foi muito bem falado e resolvido entre a gente, quem vai fazer o palanque para a Marina aqui vai ser o Miro e eu vou fazer palanque para o meu candidato, que é o Álvaro Dias", disse Romário.

"A gente não vai ter nenhum tipo de problema por causa disso porque está muito bem esclarecido por parte do Podemos e da Rede", disse o pré-candidato.

Com dificuldade de compor alianças nacionais, a Rede autorizou seus diretórios a fechar alianças regionais.

Luis Kawaguti/UOL
27.jul.2018 - O deputado federal Miro Teixeira (Rede) e Romário (Podemos) anunciam aliança dos partidos no Rio

Marina havia afirmado na quarta-feira (25) que discordava do apoio de seu partido ao senador Romário, mas disse respeitar a decisão do diretório estadual. Ela disse, porém, que não subiria no palanque de Romário nesta eleição.

Romário disse que o Podemos precisa da Rede para dar "corpo e credibilidade à campanha" no Rio. O pré-candidato ao governo fluminense disse que o partido agregará tempo de TV, mas visa principalmente ter ganhos eleitorais com a credibilidade dos integrantes da Rede.

Romário e Miro Teixeira participaram de uma reunião política nesta sexta-feira, quando a aliança foi anunciada. Os dois partidos farão suas convenções nos próximos dias.

O senador, que vinha demonstrando uma atuação mais discreta nos últimos meses, aproveitou o evento para confirmar sua pré-candidatura. "Nós temos que nos tornar um só porque temos chance de ganhar a eleição", disse a integrantes de ambos os partidos. 

Romário foi o candidato a senador que recebeu mais votos nas eleições de 2014 no Rio de Janeiro. Ele teve mais de 4,6 milhões de votos.

Polêmica sobre bens

Segundo reportagem do jornal "O Globo", Romário estaria sendo investigado na Justiça por suposta ocultação de bens para evitar o pagamento de dívidas. Entre esses bens, haveria ao menos dois apartamentos e um carro de luxo. Suas movimentações financeiras também estariam sendo analisadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), um órgão do Ministério da Fazenda.

Nesta sexta, Romário disse que o processo é uma ação na esfera cível da Justiça e não uma investigação criminal. Sem dar detalhes, o pré-candidato se limitou a dizer que uma empresa entende que ele tem uma dívida. "Dentro da Justiça tenho que me defender dizendo que não é isso, porque esse é o entendimento que nós temos. E a gente está brigando na Justiça", afirmou.

Ele disse também que "muitos políticos" estão sendo presos por crimes envolvendo verbas públicas e lembrou que a ação que o envolve diz respeito às suas verbas privadas.

Romário atribuiu a veículos de imprensa uma suposta tentativa de desconstruir sua imagem e compará-lo a políticos corruptos. "Mas eu estou bastante tranquilo, as minhas ações na política nesses últimos anos sempre foram totalmente transparentes através da imprensa e das minhas redes sociais, então eu não tenho nada a temer, não tenho medo de que isso vá me prejudicar em nada", afirmou ele.

Intervenção na segurança

Romário disse esperar bons resultados da intervenção federal na segurança pública do Rio e disse que, uma vez eleito, pode seguir o planejamento para a área que será deixado pela equipe do interventor Walter Braga Netto, "desde que eles sejam positivos para o estado".

"O que acontece no Rio de Janeiro nos últimos anos é a falta de autoridade. Os poderes paralelos têm que saber que quem manda é a polícia", disse.

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