Cortejado por PT e PDT, PSB tem ex-prefeito de Curitiba como possível vice

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

  • Gustavo Maia/UOL

    Da esq. para a dir.: Milton Coelho (secretário da executiva nacional do PSB) e os presidentes do PDT, Carlos Lupi; do PC do B, Luciana Santos; do PSB, Carlos Siqueira, e do PT, Gleisi Hoffmann, em reunião na sede do PSB em Brasília

    Da esq. para a dir.: Milton Coelho (secretário da executiva nacional do PSB) e os presidentes do PDT, Carlos Lupi; do PC do B, Luciana Santos; do PSB, Carlos Siqueira, e do PT, Gleisi Hoffmann, em reunião na sede do PSB em Brasília

A cinco dias de definir sua posição sobre eleições desse ano em convenção no próximo domingo (5), o PSB segue sendo cortejado pelo PDT do presidenciável Ciro Gomes e pelo PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Caso o partido decida se aliar a uma das duas legendas, o ex-prefeito de Curitiba e deputado federal Luciano Ducci (PSB-PR) é cotado para ocupar o cargo de vice em eventual chapa.

Após reunião entre lideranças dos três partidos e do PCdoB, na tarde desta terça-feira (31), em Brasília, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que Ducci é um "excelente nome" e já disse que "se dispõe" a ocupar o posto. 

Além de Siqueira, participaram do encontro os presidentes Carlos Lupi (PDT), Gleisi Hoffmann (PT) e Luciana Santos (PCdoB). A reunião ocorreu na sede do PSB.

Cleia Viana 11.abr.2017/ Câmara dos Deputados
O deputado e ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB-PR)

Dentre os convidados, apenas o dirigente do PSOL, Juliano Medeiros, não compareceu. Justificou a ausência dizendo que estava embarcando para Belém. O partido já oficializou o líder do MTST (Movimento Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Boulos na disputa pelo Palácio do Planalto.

Ao ser indagado sobre Ducci, o presidente do PDT disse que se trata de "um ótimo nome". "Se for alguém que o PSB quiser, é um ótimo nome", declarou Lupi. Ter o PSB como aliado é prioridade absoluta para o partido de Ciro.

Depois de ouvir o questionamento a Lupi, a senadora Gleisi Hoffmann, que estava ao lado de Luciana Santos, foi mais diplomática ao ser indagada se o PSB indicaria o vice do candidato do PT.

"Se nós tivermos uma coligação, nós vamos discutir com os partidos coligados, claro. Queremos que esteja o PSB, o PCdoB, gostaríamos que estivesse o PDT", declarou a presidente do PT. "Só que eu já tenho candidato homologado", interveio Lupi, em tom de brincadeira.

O objetivo da reunião, em princípio, era discutir pautas do campo de esquerda e manter o diálogo entre as lideranças. O encontro foi marcado na semana passada, a pedido do PCdoB.

Presidente nacional da sigla, a deputada federal Luciana Santos (PE) defende uma aliança entre PT, PDT, PSB e PSOL já no primeiro turno, mas reclamou esta semana que apenas o PCdoB está aberto para a possibilidade.

O partido tem convenção nacional marcada para a tarde desta quarta-feira (1º), quando deve ser oficializada a candidatura da deputada estadual gaúcha Manuela D'Ávila à Presidência da República.

Cogitado como possível vice de Ciro, o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda descartou nesta terça-feira a possibilidade de concorrer a vice-presidente. Ele disse que a decisão de disputar o governo de Minas Gerais está tomada.

Questionado sobre as declarações do mineiro, o presidente do PSB disse que o que vale é a palavra do próprio candidato.

Médico, Luciano Ducci, 63, está no primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Vice nos dois mandatos de Beto Richa (PSDB) na Prefeitura de Curitiba, a partir de 2005, ele assumiu o cargo do tucano quando este renunciou para disputar o governo do Paraná. Entre 2003 e 2004, foi deputado estadual, sempre pelo PSB.

Ducci tentou a reeleição para a prefeitura da capital paranaense em 2012, mas ficou em 3º lugar e não foi ao segundo turno. Ele obteve 26,77% dos votos --0,45% a menos do que o segundo colocado no primeiro turno.

No momento, PT e PDT não têm demonstrado disposição de abrir mão de suas candidaturas -- do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, respectivamente.

A candidatura de Gomes, inclusive, já foi oficializada em convenção nacional do PDT, no último dia 20.

No domingo, o PSB vai decidir em convenção nacional, em Brasília, se apoia Ciro, o candidato petista ou se fica neutro nas eleições deste ano.

A avaliação interna no PSB é que não haveria como Siqueira discutir o eventual apoio do partido diante de Gleisi e Lupi, juntos. A indecisão tem divido as lideranças do partido por conta de interesses regionais.

A reportagem apurou que as conversas devem abordar principalmente as estratégias do campo de esquerda, pensando em um eventual segundo turno, como havia sido acordado desde o ano passado.

Na ocasião, ficou decidido que, no primeiro turno, os partidos que quisessem teriam legitimidade para ter suas candidaturas próprias.

Na mais recente pesquisa eleitoral, do Ibope, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) aparece com 17% das intenções de voto, em um quadro sem Lula. O candidato é seguido pela ex-ministra Marina Silva (Rede), com 13%, e por Ciro Gomes, com 8%. Manuela tem 1%.

Quando Lula é testado, o petista registra 33% dos votos. Bolsonaro tem 15%, Marina, 7%, e Ciro aparece com 4%. Manuela mantém 1%.

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