Ao oficializar apoio, PRB cobra participação em eventual governo tucano

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • Luciana Amaral/UOL

    Celso Russomanno (PRB-SP), Eduardo Lopes (PRB-RJ), Marcos Pereira (PRB-SP) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP) participaram de convenção nacional do PRB que oficializou o apoio do partido à candidatura do tucano ao Palácio do Planalto

    Celso Russomanno (PRB-SP), Eduardo Lopes (PRB-RJ), Marcos Pereira (PRB-SP) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP) participaram de convenção nacional do PRB que oficializou o apoio do partido à candidatura do tucano ao Palácio do Planalto

Ao oficializar o apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República nesta quarta-feira (1º), o PRB (Partido Republicano Brasileiro) cobrou uma participação efetiva em um eventual governo tucano. A decisão de apoiar Alckmin foi tomada na convenção nacional do partido realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O presidente licenciado do PRB, Marcos Pereira, relembrou discursos dele próprio em eleições passadas em que disse que o partido quer "participar das decisões do governo e ajudar a governar o Brasil com críticas construtivas".

Ao mesmo tempo, Pereira lembrou Alckmin que o partido foi "fundamental", segundo ele, para unir os partidos do chamado "centrão" em torno de sua candidatura. Até julho, parte dos partidos de centro estava dividido entre Alckmin e outros pré-candidatos. No entanto, nas últimas semanas, grande parte anunciou o apoio ao ex-governador de São Paulo em detrimento de candidaturas como as de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede).

"O PRB quer e pode contribuir com o seu governo. Queremos trabalhar para recuperar nossa economia. [...] Nunca se esqueça, governador e presidente (sic) Geraldo Alckmin, que nós do PRB fomos fundamentais para conduzir os partidos do centro democrático para a sua candidatura. Conte com o PRB", declarou.

O tucano agradeceu o apoio do PRB e falou querer os "melhores quadros" do partido. O tucano disse ainda haver um "desencanto" no país, mas que cabe a ele e aos seus aliados recuperar a "esperança".

"Temos pressa. Como pode o mundo crescer quase 4%, isso em média. E nós estamos lutando para chegar em 1,5%. Isso mostra que o populismo leva ao desemprego, desarranjo das contas públicas e quem perde é o povo. Extremismo não é caminho, é descaminho", declarou. "O nosso foco vai ser a retomada do emprego e da renda, o Brasil voltar a crescer de forma responsável, não deixar ninguém para trás. Esse é o valor republicano."

Indagado sobre o tom de cobrança de Marcos Pereira de participação do PRB na formulação de políticas do possível governo em troca de apoio, Alckmin minimizou e respondeu ser "muito bom", pois "ninguém tem uma fórmula mágica para resolver tudo".

"Quanto mais nós ouvirmos, menos nós vamos errar. Essa é uma tarefa coletiva", disse.

Neste sábado (4), o PSDB fará a sua convenção nacional em que confirmará a candidatura de Alckmin ao Palácio do Planalto. O candidato a vice-presidente da chapa ainda não foi anunciado.

Segundo apurou a reportagem, Alckmin recebeu uma lista com pelo menos sete sugestões de nomes para ser seu vice-presidente. Questionado sobre o assunto, o presidenciável afirmou que a decisão deverá sair até esse sábado -- domingo é a data limite de acordo com a lei eleitoral -- e negou que o "centrão" terá poder decisivo na escolha.

Marcos Pereira justificou a retirada da pré-candidatura do empresário Flávio Rocha e o apoio a Alckmin pelo fato de "o país ainda não estar preparado" para uma candidatura liberal na economia e conservadora nos costumes. O proprietário da Riachuelo oscilou entre 0 e 1% das intenções de voto nas últimas pesquisas eleitorais.

Segundo Pereira, outro fator importante para o apoio do PRB ao ex-governador de São Paulo é o fato de ele não pertencer aos extremos de direita nem de esquerda. Para ele, o tucano também é a melhor opção para recuperar a economia e resgatar a credibilidade da política.

"É muito difícil não se preocupar com o que cada uma dessas frentes defende. Basta de divisão. Não temos dois 'Brasis'", declarou. "Não tem super-herói, mágica. Por isso, o PRB decidiu apoiar a sua candidatura à Presidência da República. Geraldo Alckmin representa a única voz serena e de equilíbrio."

Na avaliação do presidente em exercício do partido, senador Eduardo Lopes (RJ), a candidatura de Alckmin tem como características responsabilidade e seriedade em um momento em que a população brasileira precisa ficar unida.

"Não podemos aceitar essa ideia de que, quanto pior, melhor. Temos de nos unir para lutar contra isso. Porque existe um encaminhamento que a gente percebe de quanto pior, melhor, e levando os brasileiros a pensar que não votar é melhor", afirmou. "O que buscamos aqui é a coerência e nosso presidenciável Geraldo Alckmin sintetiza isso. Representa o melhor para o nosso país."

O líder do PRB na Câmara dos Deputados, deputado federal Celso Russomanno (SP), disse que o PRB entende ser necessário segurança jurídica e estabilidade econômica para o crescimento do Brasil, o que, segundo ele, só será possível com a eleição de Alckmin. "Que vossa excelência seja o futuro presidente do Brasil", concluiu. Russomanno concorrerá novamente à Câmara dos Deputados.

O PRB é um dos partidos do "centrão" que declarou apoio a Alckmin em evento na semana passada.

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