Se eleito, Paes diz que trabalhará "de mãos dadas" com rival Crivella

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

O candidato do DEM ao governo fluminense, Eduardo Paes, afirmou nesta quarta-feira (1º) que, se eleito, trabalhará de "mãos dadas" com um de seus desafetos na política, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB). Na visão do concorrente ao Executivo estadual, "governante tem que governar com quem tiver no governo".

Ele declarou ainda que, diferentemente dos últimos governadores, não pretende estabelecer uma relação de ciúme com o gestor da capital fluminense em relação a obras públicas e investimentos. "Quem tem que urbanizar a favela é o prefeito, e não o estado."

Paes se elegeu prefeito do Rio pelo MDB em 2008, reelegeu-se em 2012 e permaneceu no cargo até 2016. Notabilizou-se pela realização dos Jogos Olímpicos na cidade, há dois anos, mas não conseguiu fazer o seu sucessor.

Pedro Paulo, que trocou o MDB pelo DEM junto com Paes, foi derrotado justamente por Crivella, ainda no primeiro turno. Desde então, Paes e Crivella passaram a trocar farpas. O primeiro afirma que deixou um legado para o município, e o segundo acusa o antecessor de ter deixado um rombo nas contas públicas.

Paes afirmou nesta quarta que deixou de ser oposição a Crivella a partir do momento que decidiu ser candidato ao governo do RJ. "Não sou eu que aponto governador, presidente e prefeito. Quer dizer, governador eu estou tentando me apontar. O prefeito do Rio se chama Marcelo Crivella. Garantido até 2020. Não votei nele e não apoio, mas, a partir do momento que eu sou candidato a governador, não sou mais oposição ao prefeito Marcelo Crivella."

"Se eu for eleito governador, serei menos ainda [oposição a Crivella]. Trabalharei de mãos dadas com ele", completou.

Ainda sem definição, o PRB de Crivella negociava apoio ao pré-candidato do PRP, Anthony Garotinho (PRP), ao governo do estado. O partido do prefeito busca uma candidatura forte o bastante para derrotar Paes. Se eleito, ele poderia trazer um grupo de oposição a Crivella nas próximas eleições municipais, em 2020.

Aliança ampla x apoio a presidenciável

A declaração foi dada depois de uma reunião com lideranças do PPS, partido que optou por retirar a pré-candidatura do antropólogo Rubem César Fernandes ao governo e declarar apoio a Paes

O democrata tem se empenhado em montar uma grande coligação na disputa pelo governo fluminense. Ele ainda aguarda a confirmação do apoio do MDB, ex-sigla do candidato, que deve ser sacramentada no próximo fim de semana.

Paes fugiu das perguntas sobre as costuras políticas em andamento e reafirmou que não tem preferência em relação aos nomes apresentados para a corrida presidencial.

"Na medida que você monta uma aliança tão ampla como a que eu estou montando e esse foi o meu objetivo desde sempre, unir forças que pudessem pensar o estado e não necessariamente pensassem igual a mim, você teria a possibilidade de ter presidentes em candidaturas distintas. Portanto, é uma questão de consideração política que eu não me envolva diretamente em nenhuma candidatura presidencial."

Questionado sobre a sua posição como eleitor, Paes desconversou. "A nível de gente, como eleitor, eu ainda não defini, não. Meu voto é secreto", respondeu, aos risos.

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