Band diz que Lula foi convidado para debate, mas Justiça vetou sua presença

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

A ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro debate entre presidenciáveis, nesta quinta-feira (9) na Band, levou a emissora a dar uma breve explicação sobre o assunto ao vivo. O petista está preso desde abril, mas foi escolhido pelo PT como o candidato do partido. Veja aqui o debate ao vivo.

Logo na abertura do debate, o jornalista Ricardo Boechat, mediador do encontro, informou que Lula foi convidado, mas "foi impedido pela Justiça de participar".

O PT chegou a entrar na Justiça para tentar levar Lula ao debate ou até mesmo para que o ex-presidente participasse por meio de videoconferência. Os pedidos não foram aceitos.

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Participaram do evento os candidatos Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede).

Nessa eleição, as emissoras de TV não são obrigadas a convidar João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (DC) e Vera Lúcia (PSTU), cujos partidos não atendem ao requisito de contar com ao menos cinco parlamentares no Congresso.

Apesar da ausência, Lula foi citado logo na primeira participação do candidato Guilherme Boulos. Ao iniciar sua resposta à pergunta dos leitores do jornal Metro, sobre medidas para combater o desemprego, o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) saudou os presentes, os telespectadores e o ex-presidente. "Boa noite ao ex-presidente Lula, que deveria estar aqui, mas está preso enquanto o [presidente Michel] Temer está solto lá em Brasília", disse Boulos.

Veto a Haddad

Em uma carta publicada hoje em seu site oficial, Lula disse que sua ausência no debate viola "o direito do povo brasileiro e também dos outros candidatos" de discutir suas propostas e a liberdade de imprensa.

O PT conversou com a Band para que pudesse ter um representante no debate -- possivelmente Fernando Haddad, vice de Lula e que deve assumir a cabeça da chapa caso a candidatura do petista seja vetada na Justiça Eleitoral. A emissora negou a substituição.

Mais cedo hoje, o presidente da CUT, Vagner Freitas, visitou Lula na prisão e disse que o ex-presidente encarregou Haddad de ser "suas pernas e sua voz" na campanha.

"Fernando Haddad fala em nome dele, deve representá-lo nos debates, deve representá-lo em aparições públicas", afirmou Freitas.

O PT também queria que a Band deixasse um púlpito vazio para representar o que chamou de "ausência forçada" do ex-presidente no debate, o que não ocorreu.

Enquanto a Band faz sua transmissão, o PT exibe por meio de redes sociais um debate "paralelo" com Haddad; Manuela D'Ávila (PCdoB), que assumirá a vaga de vice após a definição jurídica sobre a candidatura de Lula; a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR); e o coordenador-executivo da campanha de Lula, José Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras.

Lula cumpre pena pela condenação em segunda instância, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no chamado caso do tríplex, da Operação Lava Jato. Sua defesa tenta reverter a condenação nos tribunais superiores e afirma que não há provas dos crimes imputados ao ex-presidente.

A condenação deixa Lula, em tese, inelegível segundo os critérios da Lei da Ficha Limpa. A legalidade de sua candidatura depende de uma análise da Justiça Eleitoral.

Apesar de preso e potencialmente inelegível, Lula lidera as pesquisas de intenção em voto nos cenários em que seu nome é apresentado aos entrevistados. Sem Lula, o líder é o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL.

Entenda a polêmica sobre a candidatura de Lula

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