Operação Lava Jato

Ciro confunde mulher de Moro com a de Bretas em debate e pede desculpas

Bernardo Barbosa e Gustavo Maia

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, admitiu ter cometido uma "injustiça involuntária" e pediu desculpas ao final do debate desta quinta-feira (9) na Band depois de criticar o juiz federal Sérgio Moro por receber auxílio-moradia mesmo tendo um apartamento em Curitiba. O magistrado é responsável pelas ações da Operação Lava Jato no Paraná.

Ciro se equivocou ao rebater um comentário do senador Alvaro Dias, candidato do Podemos ao Palácio do Planalto que convidou o juiz publicamente para ser seu ministro da Justiça, se for eleito. Segundo a assessoria de Moro, ele não vai se manifestar sobre o convite do senador.

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O ex-governador do Paraná, estado onde o magistrado atua, defendeu um ajuste fiscal rigoroso que comece "eliminando os privilégios das autoridades brasileiras que provocam grande indignação na nossa gente". "Auxílio-moradia, verba indenizatória, todos esses penduricalhos", exemplificou Dias.

"Meu caro governador Alvaro Dias, só para fazer uma notinha de rodapé: o eminente juiz Sérgio Moro, que tem prestado sem dúvida um bom serviço ao país, recebe auxílio-moradia sendo proprietário de apartamento em Curitiba, e sua esposa também, consta. Só para a gente ter clareza", declarou Gomes, no quarto bloco do programa.

Porém, a mulher de Moro, Rosângela Wolff, é advogada, e não juíza. O presidenciável se deu conta ou foi avisado do erro a tempo de reconhecê-lo no início da quinta e última parte do debate, durante suas considerações finais.

"Ele recebe auxílio-moradia tendo apartamento e eu mencionei sua esposa. Na verdade, ela não é juíza. Juíza é a esposa do juiz [Marcelo] Bretas, do Rio de Janeiro. Portanto, mil desculpas por esse erro, mas continuo afirmando a necessidade de nós combatermos os privilégios", declarou o ex-governador do Ceará.

Titular da Lava Jato no Rio de Janeiro, Bretas é casado com a também juíza Simone Bretas. O casal pleiteou o benefício em dose dupla, mas a situação foi vetada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Ciro acrescentou que não fala nada que não tenha dado pessoalmente o exemplo. "Nunca aceitei receber qualquer aposentadoria ou pensão e não fui morar em palácio quando governador", afirmou.

Oito candidatos participaram do debate desta quinta, o primeiro de uma maratona de nove previstos para o primeiro turno da eleição presidencial. Além de Alvaro Dias e Ciro, estiveram presentes Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede).

Candidato do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pôde participar porque está preso em Curitiba, desde abril, cumprindo pena pela condenação no caso do tríplex, da Operação Lava Jato. O partido tentou, mas não conseguiu autorização judicial para que o petista estivesse no debate.

Nessa eleição, as emissoras de TV não são obrigadas a convidar João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (DC) e Vera Lúcia (PSTU), cujos partidos não atendem ao requisito de contar com ao menos cinco parlamentares no Congresso.

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