"Vamos fazer na forma da lei", diz Haddad sobre registro de Lula candidato

Luciana Amaral e Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

  • Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo

    Haddad foi ao evento da Unecs (União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços)vestido com jaqueta preta de couro, camisa branca e calça jeans

    Haddad foi ao evento da Unecs (União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços)vestido com jaqueta preta de couro, camisa branca e calça jeans

Fernando Haddad (PT) afirmou nesta terça-feira (14) que o registro de candidatura à Presidência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará condizente com a lei eleitoral. O pedido deve ser protocolado por todos os presidenciáveis no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até esta quarta (15). Haddad deverá ser inscrito como candidato a vice-presidente na chapa.

"Tudo vai ser feito na forma da lei. Textualmente na forma da lei. Vamos fazer todo o registro na forma da lei. O que o presidente Lula disse é o seguinte: não queremos impunidade, queremos democracia. Esse é o recado que ele deixou", disse.

Lula está preso pela Operação Lava Jato em Curitiba desde abril e, pelos critérios da lei da Ficha Limpa, inelegível por ter sido condenado em segunda instância, mas o PT defende a manutenção da indicação do nome de Lula. Em caso de impugnação pela Justiça Eleitoral, um dos planos do partido é tornar Haddad candidato à Presidência e Manuela D'Ávila (PCdoB), à vice.

Fernando Haddad ainda cobrou imparcialidade da ministra do TSE Rosa Weber, que assumirá a presidência da Corte nesta terça, quando uma jornalista disse que a magistrada estaria sofrendo pressão para impedir a candidatura de Lula.

"O Judiciário não deveria sofrer pressão de tipo nenhum. Quem é que está fazendo pressão? Os adversários do Lula? Quem é que está fazendo pressão? A mídia? Ela tem de julgar de acordo com a lei, não de acordo com a pressão que ela venha a receber, com os telefonemas que ela venha a receber. É uma ministra respeitável, não tem que se sujeitar a pressão de ninguém", rebateu.

Nesta terça, Haddad participou de debate promovido pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços, em Brasília. Também participaram do evento, em horários separados, Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB). Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL) foram convidados para o debate, mas não compareceram.

Haddad foi ao evento vestido com jaqueta preta de couro, camisa branca e calça jeans. O petista iniciou sua fala informando que trazia uma mensagem de Lula e disse que ficou feliz pelo fato de a entidade ter aberto o evento à um representante do ex-presidente. "Faço isso na condição de seu companheiro de chapa, que será inscrita nesta quarta-feira", declarou, reforçando que Lula "gostaria de estar junto aos senhores".

Ao apontar os problemas do país a serem resolvidos pela próxima gestão, ele disse que o que talvez esteja faltando no país é, em primeiro lugar, "uma liderança política da estatura do ex-presidente Lula".

Ele defendeu ainda que a chapa petista tem um conjunto de medidas rumo para promover o desenvolvimento do país e disse trabalhar com a meta de pelo menos 3% de crescimento do PIB em 2019, primeiro ano do futuro governo.

Ao ser questionado por um integrante da união de entidades sobre ações do "eventual governo Haddad – Lula", o petista logo fez questão de corrigir, invertendo a ordem dos nomes. "Lula – Haddad", afirmou.

No discurso, reforçou ações realizadas no governo do ex-presidente petista e disse que Lula foi quem mais ofereceu oportunidades para que o comércio e a indústria se desenvolvessem. "Foram 12 anos de estabilidade econômica e política", ressaltou.

Entre as propostas citadas no evento com empresários, disse defender as reformas tributária com a implementação do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) de forma progressiva, e do sistema bancário. "Temos que dar um basta à oligopolização dos bancos e isso não virá sem dor para os banqueiros. Teremos que tomar medidas duras para combater a cartelização", disse Haddad.

Ele criticou o teto de gastos implementado pelo atual governo por considerar que cortes são feitos sem análise de potenciais perdas intelectuais e futuras a longo prazo. O petista ainda considerou ser papel fundamental do Estado promover o desenvolvimento com investimentos para aumentar a produtividade e melhorar a infraestrutura. Portanto, avalia ser necessário haver um incremento na margem de gastos sob o risco de inviabilizar a gestão pública.

Em entrevista a jornalistas ao final da fala aos comerciantes, Haddad defendeu a presença de Lula em debates com os candidatos à Presidência. 

"O que está acontecendo no Brasil? Por que ele não pode, segundo a lei eleitoral, participar como qualquer outro candidato nos debates e sabatinas? Por que tenho de substituí-lo, representá-lo na condição de candidato a vice-presidente? O que nós estamos defendendo é que ele participe da corrida eleitoral e o povo vai julgar", disse.

Caso a Justiça negue o pedido do PT, Haddad pediu que as emissoras televisivas convidem um emissário de Lula. No primeiro debate realizado, pela TV Bandeirantes, o PT não contou com um representante.

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