Presidente do TSE critica baixa representação feminina na política

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

  • José Cruz/Agência Brasil

A presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministra Rosa Weber, afirmou nesta segunda-feira (20) que as mulheres estão subrepresentadas na política brasileira pois, apesar de serem 52% do eleitorado, representam apenas 30,7% dos candidatos inscritos para as eleições de outubro deste ano e atualmente possuem percentual ainda menor de representação no Congresso Nacional.

"Há uma verdadeira sub-representação feminina na política brasileira", disse a ministra.

Rosa Weber citou estatísticas sobre as últimas eleições que apontam que, em 2016, as mulheres foram 13,51% das vereadoras eleitas em todo o país e que, em 2014, foram menos de 10% das deputadas federais e 18% das senadoras eleitas.

"O Brasil se situa entre últimos colocados no ranking da presença feminina dos parlamentos, nos países da América Latina e do mundo", ela afirmou.

Rosa Weber participou do seminário sobre igualdade de gênero "Elas por Elas", realizado no STF (Supremo Tribunal Federal). Além da presidente do TSE, também participaram do debate "A mulher e o poder estatal" a presidente do STF, Cármen Lúcia, a presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Laurita Vaz, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e a procuradora-geral do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Cristina Machado.

No TSE, Rosa Weber foi relatora do processo que fixou percentual mínimo de 30% para as candidaturas de mulheres do dinheiro do Fundo Especial para Financiamento de Campanha, um fundo público criado para as eleições desse ano.

A legislação eleitoral fixa um percentual mínimo de 30% para as mulheres entre o total de candidatos apresentados por cada partido.

A Procuradoria Eleitoral investiga as chamadas candidaturas laranjas, de mulheres registradas como candidatas mas que não receberam nenhum voto nas eleições, ou seja, apenas para que o partido conseguisse cumprir formalmente a cota legal.

Segundo Rosa Weber, esse número foi de 14.417 candidatas nas eleições de 2016, contra 1.714 candidaturas masculinas na mesma situação.

"O que hoje, contudo, quero enfatizar é o paradoxo desse quadro, quando a maioria do eleitorado é feminino", afirmou. "Daí o voto feminino ser fundamental para o resultado", disse Rosa Weber.

"Façamos, mulheres, ao exercer todas nós esse direito essencial da cidadania que é voto, a diferença para um fortalecimento para o estado democrático de direito, conquista diária e permanente de todos nós, com a consciência de que em nossas mãos, mulheres, está o destino do país, com a construção da sociedade que todas queremos igualitária, justa e inclusiva", afirmou a ministra.

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