Ibope: Menos instruído e mais pobre têm menos certeza de votar no 1º turno

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

  • Alan Marques - 1º.jul.2016/Folhapress

A certeza de ir votar no primeiro turno das eleições deste ano é menor entre os eleitores mais pobres e que têm um grau de escolaridade menor, segundo aponta pesquisa Ibope divulgada na segunda-feira (20).

A empresa perguntou aos entrevistados se com certeza iriam votar no primeiro turno; se é mais provável que iriam votar; se é mais provável que não iriam votar; e se com certeza não iriam votar.

Quando os eleitores foram divididos por escolaridade, os que estudaram até a quarta série do ensino fundamental foram os que menos responderam que tinham certeza de ir votar, com 64%. Na outra ponta, 76% dos que têm ensino superior declararam que com certeza vão votar.

Na divisão por renda, o panorama é parecido. Entre quem tem renda familiar de até um salário mínimo, 66% disseram que com certeza vão votar, o menor índice entre as faixas de renda. Já entre os que ganham mais de cinco salários mínimos, o percentual foi o maior: 78%.

Os que estudaram até a quarta série representam 18% dos entrevistados pelo Ibope, contra os 21% que têm ensino superior. Já os que têm renda familiar até um salário são 25% da amostra do Ibope, e os da faixa mais rica, 13%.

O Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 142 cidades entre os dias 17 e 19 de agosto. A pesquisa foi contratada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e pela TV Globo, e registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-01665/2018.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais, e o intervalo de confiança estimado é de 95%. Segundo o Ibope, isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% dos resultados serem um retrato do "atual momento eleitoral".

Possível impacto no resultado

Esta foi a primeira vez em que o Ibope fez esta pergunta aos eleitores. Assim, não há outras pesquisas da empresa que possibilitem identificar, no momento, uma tendência de comparecimento às urnas de acordo com escolaridade e renda.

Para Cláudio Couto, professor de ciência política da FGV (Fundação Getúlio Vargas), caso o dado registrado pelo Ibope se confirme no dia da eleição, pode influenciar o resultado da disputa.

"Como há uma diferenciação de voto que varia em função da escolaridade e da renda, isso pode ter alguma implicação em uma eleição que deve ir para o segundo turno e que deve ser apertada", disse.

Segundo Couto, uma eventual maior presença de eleitores com maior renda e escolaridade pode beneficiar candidatos que têm intenção de voto maior nessas faixas da população, como Jair Bolsonaro (PSL), segundo indicação da própria pesquisa Ibope.

No cenário da pesquisa sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro lidera entre os eleitores com ensino superior (24%) e na faixa acima de cinco salários mínimos (32%). O candidato do PSL também lidera no geral, com 20% das intenções de voto.

Já no cenário com Lula, Bolsonaro empata com o petista entre quem tem ensino superior (23% para ambos) e lidera no eleitorado com renda familiar acima de cinco salários mínimos (30%). No geral, Lula lidera com 37%, logo à frente de Bolsonaro, com 18%.

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