Bolsonaro: apresentadora do JN deveria procurar o MP sobre questão salarial

Luciano Nagel

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

  • Omar de Oliveira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

    O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, ao lado do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), durante campanha no RS. Ele visitou a Expointer 2018, na cidade de Esteio

    O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, ao lado do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), durante campanha no RS. Ele visitou a Expointer 2018, na cidade de Esteio

No Rio Grande do Sul, para uma série de agendas, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse nesta quarta-feira (29) que sua participação no Jornal Nacional, nesta terça-feira à noite, rendeu uma exposição eleitoral melhor que o esperado. "Mas quem vai analisar a entrevista do JN é quem assistiu. A Renata Vasconcellos que deve procurar o MP [Ministério Público] para denunciar esta questão do salário", ironizou, sobre o embate que teve com a apresentadora.

Durante a entrevista do candidato ontem, Bolsonaro levou uma bronca da apresentadora Renata Vasconcellos em uma resposta sobre desigualdade de salários entre homens e mulheres.

Líder nas pesquisas de intenção de voto nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro disse que a atual lei trabalhista já garante a igualdade salarial e insinuou que Renata não ganharia o mesmo que William Bonner, com quem divide a bancada do JN.

"Eu poderia, até como cidadã e como qualquer cidadão brasileiro, fazer questões sobre os seus proventos. O senhor é um funcionário público, um deputado federal há 27 anos, e como contribuinte, ajudo a pagar o seu salário. O meu salário não diz respeito a ninguém, e eu posso garantir ao senhor que, como mulher, jamais eu aceitaria um salário menor que o de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu", respondeu a jornalista.

Além de apresentadora, Renata é editora-executiva do telejornal; Bonner, editor-chefe, posição hierárquica superior à dela.

Renata Vasconcellos diz a Bolsonaro que não deve satisfação sobre salário

Sobre as acusações que estão sendo julgadas no STF (Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro voltou a criticar a extensão de terras indígenas no país. "O que eu falei e vou continuar falando é que se eu chegar lá (referindo-se ao cargo de presidente), não terá mais nenhum centímetro quadrado para terra indígena. Sou apaixonado pelo índio, conheço o índio como capitão do Exército e o índio quer se integrar a sociedade, mas hoje em dia o país como o nosso que tem uma área maior que a região Sudeste demarcada por terras indígenas, cujo subsolo é riquíssimo, eu acho que precisamos se preocupar com isso", disso o candidato a presidência pelo PSL.

A Primeira Turma do STF adiou para semana que vem a decisão se recebe a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) e torna Bolsonaro réu pelo crime de racismo, referente a afirmações do deputado sobre quilombolas, índios e estrangeiros feitas durante uma palestra no Rio de Janeiro, em 2017.

O político ainda aproveitou a oportunidade com os jornalistas para criticar o Ministério da Educação. "O MEC está mentindo. São uns canalhas. Eu duvido que um pai irá comprar um livro destes para o filho (referindo-se ao chamado "kit gay" que tentou mostrar ao vivo em entrevista ao Jornal Nacional, mas foi vetado pelos apresentadores). Por que o MEC não providencia a retirada do livro? O MEC não tem caráter", afirmou.

Após a entrevista de Bolsonaro ao Jornal Nacional, a editora Companhia das Letras divulgou em suas redes sociais que a publicação "Aparelho Sexual e Cia" está fora de catálogo e nunca foi comprada pelo Ministério da Educação. De acordo com Jair Bolsonaro, o livro seria inapropriado para crianças e mostraria que é "normal mulher com mulher". Durante a coletiva, o candidato do PSL afirmou ainda que "não tem nada contra gays, mas sim contra esse material escolar", disse. 

Na tentativa de fechar acordos para implementar o Acordo de Paris contra a mudança climática, passo fundamental para sua entrada em vigor em 2020, Jair Bolsonaro disse que ser foi eleito presidente, o Brasil deixará o acordo. "São 136 milhões de hectares na Amazônia, onde o triplo AAA - Corredor Andes-Amazônia-Atlântico será de patrimônio mundial. Nós perderemos a gerencia sobre ela. Nós perderemos a região da Amazônia por uma proposta pessimamente conduzida onde os governantes estão abrindo mão de grande parte de nosso território", afirmou.

Bolsonaro chegou às 10h da manhã desta quarta-feira (29) no aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. O político cumpre agenda hoje e amanhã (30) na capital e no município de Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. Ao desembarcar no saguão do terminal 2 do aeroporto, o candidato do PSL foi recebido por cerca de mil eleitores.

Em frente ao estacionamento do aeródromo, o político subiu em um carro de som, onde fez um breve discurso. "Podem me chamar de tudo, menos de corrupto", dizia o candidato que usava um chapéu típico gaúcho. Na saída do aeroporto do candidato também recebeu de brinde dos eleitores uma camiseta do Grêmio. "Agora só falta a camisa do Internacional", disse Bolsonaro à reportagem do UOL.

Além de participar do evento "Brasil de Ideias", À tarde Bolsonaro cumpre agenda na Expointer, em Esteio.

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