Horas após decisão do TSE, PT traz Lula como candidato em campanha no rádio

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

Horas após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter barrado a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT afirmou que ele é candidato, na estreia do horário eleitoral no rádio com os postulantes ao Planalto.

A Justiça Eleitoral também determinou que não poderá ser feita campanha para Lula. Porém, como a sessão do TSE terminou na madrugada deste sábado (1º) --a certidão a respeito da sessão só entrou no sistema eletrônico do TSE pouco depois das 2h30--, não houve tempo de alterar o primeiro bloco de propaganda dos presidenciáveis. Ainda não há certeza se o programa do PT será transmitido nos outros blocos no rádio e na televisão.

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No bloco de propaganda das 7h deste sábado no rádio, um locutor disse que a ONU (Organização das Nações Unidas) havia decidido que Lula poderia ser candidato. "Lula é candidato a presidente, sim".

A afirmação faz referência à recomendação do comitê de Direitos Humanos da ONU, que pediu que o Brasil tomasse medidas para garantir os direitos políticos de Lula. O ex-presidente, porém, foi condenado por órgão colegiado em segunda instância pelo crime de lavagem de dinheiro, o que o coloca como inelegível pela Lei da Ficha Limpa, sancionada pelo próprio ex-presidente em 2010.

No rádio, Lula critica atual governo

O programa do PT traz um áudio de Lula fazendo críticas ao atual governo em relação à economia. "Não pode cortar só dos mais pobres. A gente precisa inserir o povo na economia", disse Lula.

A gravação é de antes de ele começar a cumprir pena na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba. Lula está preso desde 7 de abril, após ter sido condenado no processo do tríplex no Guarujá (SP).

Haddad diz que Lula lidera pesquisas

Atual vice e provável substituto do ex-presidente na cabeça de chapa, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) tem participação no programa, falando sobre o registro da candidatura de Lula.

"Achavam que o povo ia abandoná-lo", comentou. Ele também fez referência ao fato de Lula ser líder em todas as pesquisas de intenção de voto.

Alvaro Dias faz referência a Lula

Na propaganda eleitoral dos demais candidatos à Presidência, apenas a de Alvaro Dias (Podemos) fez referência à Lula. "Agora tem gente visitando Curitiba para visitar a pessoa errada: um político preso", disse.

Geraldo diz que 'tem cabeça'

Além dele, o programa de Geraldo Alckmin (PSDB) foi o único a fazer referência a um adversário --no caso, Jair Bolsonaro (PSL). A campanha do tucano afirmou que o atual deputado federal foi contra a mudança na legislação em relação ao trabalho doméstico.

Em outro trecho, a propaganda do tucano disse que "as coisas não se resolvem na bala", e tentou mostrar Alckmin --por vezes, chamado de Geraldo-- como "alguém que tem cabeça".

O único momento em que Alckmin falou foi sobre seus feitos na área da saúde durante suas gestões no governo de São Paulo. 

Bolsonaro diz só uma frase

Líder nas pesquisas no cenário sem Lula, Bolsonaro disse apenas uma frase, que é o nome de sua coligação: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".

Marina fala para mulheres

Marina Silva (Rede) fez um discurso voltado para o público feminino. Ela questionou a ouvinte: "se alguma vez já a chamaram de fraca, de incapaz". "Eu sei como é. Juntas, nós somos fortes. Vou trabalhar todos os dias para que ninguém diga que você não pode", afirmou.

Marina reafirmou a força da mulher e disse que "essa luta é nossa".

Ciro foca nos endividados

Ciro Gomes (PDT) fez referência à sua principal proposta, de tirar brasileiros que estejam com o nome sujo no mercado de crédito.

"Tenho pouco tempo de TV, mas muitas ideias para mudar o Brasil", disse, apesar de o programa ter sido apresentado no rádio.

Meirelles diz que criou empregos

Ex-presidente do Banco Central de Lula e ex-ministro da Fazenda do governo de Michel Temer (MDB), Henrique Meirelles (MDB) disse que foi um dos responsáveis por criar 10 milhões de empregos durante o governo do petista.

"E criamos programas importantes, como o Bolsa Família, ProUni e o Minha Casa, Minha Vida", disse. Ele criticou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que, segundo ele, "errou feio", o que fez seu retorno ao governo ser necessário.

Outros candidatos

O espaço de Guilherme Boulos (PSOL) indicou que ele é o presidenciável que "vai quebrar o sistema". Uma operadora de telemarketing diz que gostaria de apresentar à eleitora um "candidato novo". "Ele é a favor da emenda do Temer que congelou os gastos sociais por 20 anos?", questiona. "Então vamos quebrar esse sistema".

Cabo Daciolo (Patriota) utilizou frases que marcaram suas participações nos últimos debates. "Glória a Deus! Chega de corrupção, chega de escravidão. Glória!", disse.

O programa de Vera Lúcia (PSTU) limitou-se a dizer que "as eleições são uma farsa".

João Amôedo (Novo) disse que, se depender dele, esse será o último pleito com horário eleitoral.

João Goulart Filho (PPL) disse que "vai recuperar o desenvolvimento e o orgulho brasileiro".

O candidato José Maria Eymael (DC) não apresentou seu programa. 

No rádio, os candidatos voltam a se apresentar às 12h. Na televisão, os blocos serão transmitidos às 13h e às 20h30.

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