Amoêdo alfineta Jair Bolsonaro: não basta só assessor "estar convicto"

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • Dario Oliveira/Estadão Conteúdo

Candidato do Partido Novo, João Amôedo fez críticas indiretas a um de seus adversários, Jair Bolsonaro (PSL). Em fórum promovido pela revista "Exame" nesta segunda-feira (3) em São Paulo, Amôedo disse que o combate a privilégios na economia depende de o candidato estar confiante nas medidas que tomará. Bolsonaro, que sempre afirma não entender de economia, tem dito que, em seu governo, a área ficaria a cargo do economista Paulo Guedes, quem ocuparia o Ministério da Fazenda.

"A pessoa que vier a assumir a Presidência da República tem que estar muito convicta de que essa é a linha. Não basta só seu assessor estar convicto", disse o presidenciável do Novo sem citar o nome de nenhum dos adversários. "Ele como gestor, ele como líder, vai ter que estar convicto disso".

A presença de Guedes em sua equipe tem feito Bolsonaro, líder nas pesquisas no cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ganhar a confiança de parcela do mercado, justamente um dos nichos para o qual se volta a campanha de Amôedo.

Durante sua apresentação no fórum, Amôedo disse que o processo de mudanças na economia do país "exigirá do presidente eleito, muita convicção sua, não só de seus assessores". A afirmação gerou aplausos da plateia presente no evento promovido pela revista especializada em economia.

Segundo o candidato, os cortes de benefícios farão com que o novo presidente enfrente "resistência de todos os lobbies que se formaram e que defendem esse modelo". "O próprio sistema político é um sistema que defende privilégios, e sobrevive à custa de privilégios."

No fórum, Amôedo indicou que em seu governo não será "o Estado que resolverá os problemas, que irá criar empregos, que vai ser a locomotiva do crescimento". "Na verdade, isso não funciona. A locomotiva do crescimento é o cidadão, é a livre iniciativa", Para ele, o Estado "deve parar de atrapalhar".

Na última pesquisa Datafolha, Amôedo aparece com 2% das intenções de voto, empatado com Henrique Meirelles (MDB). Eles ficam atrás de Bolsonaro, com 22%, Marina Silva (Rede), 16%, Ciro Gomes (PDT), 10%, Geraldo Alckmin (PSDB), 9%, e Fernando Haddad (PT) e Alvardo Dias (Podemos), ambos com 4%.

Para tentar melhorar sua performance, Amôedo irá apostar nos brasileiros que ainda não declararam seu voto de forma espontânea e no fato de ser um dos menos rejeitados, junto com Alvaro Dias e João Goulart Filho (PPL). Amôedo e Goulart são rejeitados por 17%, e Dias, por 16%. "Esse é o grande desafio", disse, indicando que projeta seu crescimento por meio da campanha nas redes sociais.

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