É cômodo culpar o reitor e isentar o Temer, diz Boulos sobre museu no Rio

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

O candidato à Presidência do PSOL, Guilherme Boulos, reagiu nesta quinta-feira (6) às críticas feitas nos últimos dias ao reitor das UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Roberto Leher, a respeito da gestão da instituição sobre o Museu Nacional, destruído em um incêndio na noite do último domingo (2).

Durante a sabatina do UOL em parceria com o jornal "Folha de S.Folha" e o SBT, Boulos defendeu que Leher, professor titular da faculdade de educação da UFRJ e filiado ao PSOL, não pode ser responsabilizado pelos problemas de manutenção do museu que vieram à tona nos últimos dias. O presidenciável também refutou as críticas de que a universidade teria se recusado a admitir parcerias privadas na gestão do museu.

"Não podemos admitir gente hipócrita como o [Geraldo] Alckmin [PSDB], a Ana Amélia [PP, vice na chapa de Alckmin à Presidência], o [Jair] Bolsonaro [PSL] acusar o PSOL, sendo que são eles que são responsáveis pelo desmonte das universidades públicas no Brasil. Querer culpar o reitor pelo incêndio do museu é inadmissível", defendeu.

Para o líder do MTST, seu partido "foi alvo de um bombardeiro desleal e cretino no caso do Museu Nacional". Indagado se a reitoria não teria qualquer parcela de culpa pelos problemas no museu, comparou: "Se coloque no lugar de um reitor de universidade no Brasil, administrado o caos, sem recursos. É como uma família ganha R$ 600 por mês e deixa R$ 500 com aluguel. Se faltou pão para a criança, a culpa é da mãe?", indagou.

Boulos lembrou que a UFRJ pleiteava uma linha de financiamento junto ao BNDES para a gestão do museu, mas destacou que o recurso não havia ainda sido liberado. "É muito cômodo botar a culpa no reitor e isentar o [presidente Michel] Temer [MDB]. É a política de corte de gastos. Não vamos olhar a árvore, vamos olhar a floresta", concluiu.

Filósofo formado pela USP (Universidade de São Paulo), psicanalista e líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos concorre a um cargo político pela primeira vez.

De acordo com a pesquisa mais recente do Ibope, divulgado nesta quarta-feira (5), Boulos tem 1% das intenções de voto. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) lidera o levantamento com 22%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os presidenciáveis serão entrevistados por jornalistas dos três veículos. Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) foram os primeiros sabatinados. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio:

10/9 – Alvaro Dias (Podemos)
11/9 – Geraldo Alckmin (PSDB)
12/9 – Cabo Daciolo (Patriota)
13/9 – Henrique Meirelles (MDB)
14/9 – Jair Bolsonaro (PSL)

Debates

UOL, Folha e SBT também realizarão um debate entre os candidatos no dia 26 de setembro e, em um eventual segundo turno, no dia 17 de outubro.

Dividido em três blocos, o debate terá transmissão ao vivo pela TV aberta e nos sites do UOL e da Folha. Três jornalistas de cada veículo, assim como nas sabatinas, entrevistarão os candidatos.

Foram convidados os candidatos dos partidos com representatividade no Congresso (com ao menos cinco parlamentares), conforme determina a legislação eleitoral.

Veja íntegra da sabatina UOL, Folha e SBT com Guilherme Boulos

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