Bolsonaro passa por cirurgia em MG após ataque; faca atingiu dois órgãos

Janaina Garcia e Luciana Amaral

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) foi submetido a uma cirurgia de cerca de duas horas no final da tarde desta quinta-feira (6), horas após ser esfaqueado durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Em nota, a Santa Casa de Juiz de Fora informou que ele sofreu uma "uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen". O paciente está fora de risco imediato.

O presidenciável passou por uma colostomia, ou seja, uma cirurgia da cavidade abdominal, e recebeu duas bolsas de sangue em procedimento de transfusão. Isso foi feito depois de exames de tomografia e ultrassonografia no paciente.

Um procedimento realizado por meio da introdução de tubos detectou que o intestino grosso de Bolsonaro foi transfixado pela faca, mas o órgão foi costurado. Outras três lesões foram detectadas no intestino delgado, e também foram tratadas com êxito. A facada atingiu ainda uma veia abdominal – razão pela qual a transfusão de sangue foi necessária. Após a cirurgia, ele ficará com uma espécie de bolsa intestinal para fora do abdome.

Em um primeiro momento, cogitava-se que o fígado do candidato havia sido atingido, o que foi descartado. A cirurgia durou cerca de duas horas e o candidato foi encaminhado ao CTI (Centro de Terapia Intensiva). Os médicos estimam que ele deverá ficar internado entre uma semana e 10 dias. Ainda de acordo com os especialistas, Bolsonaro não pode ser transferido por enquanto. Segundo a Folha, médicos do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, irão a Minas analisar a situação de Bolsonaro.

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Reprodução
Bolsonaro foi submetido a cirurgia na Santa Casa de Juiz de Fora

Filho de Bolsonaro diz que quadro é grave

Durante toda a tarde, houve informações desencontradas sobre o estado de saúde do parlamentar.

Um dos filhos de Bolsonaro, o deputado estadual e candidato ao Senado do Rio Flávio Bolsonaro (PSL), afirmou mais cedo, em entrevista à GloboNews, que o pai sofrera seis pontos e estava fora de risco.

Perto das 18h, porém, o parlamentar usou seu perfil no Twitter para atualizar as informações sobre o estado de saúde do pai: "Infelizmente foi mais grave que esperávamos. A perfuração atingiu parte do fígado, do pulmão e da alça do intestino. Perdeu muito sangue, chegou no hospital com pressão de 10/3, quase morto... Seu estado agora parece estabilizado", escreveu. "Orem, por favor!", pediu. Em entrevista coletiva, às 21h, os médicos negaram que pulmão e fígado tenham sido atingidos.

A Polícia Militar de Juiz de Fora confirmou que o esfaqueamento aconteceu na rua Halfeld, no centro da cidade. Um homem suspeito do crime foi preso em flagrante e levado para a superintendência da Polícia Federal na cidade mineira para prestar esclarecimentos. À noite, um segundo suspeito também foi detido.

O suspeito de ter esfaqueado Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, foi filiado ao PSOL por pelo menos sete anos. A presidente do diretório mineiro do partido, Maria da Consolação Rocha, repudiou o ataque sofrido por Bolsonaro e disse não se lembrar do histórico de militância de Adélio junto ao partido. Em sua página no Facebook, o diretório mineiro emitiu uma nota condenando o ataque.

O ataque ocorre a um mês das eleições presidenciais, marcadas para 7 de outubro. Bolsonaro lidera as últimas pesquisas de intenção de voto.

Candidato já usou colete à prova de balas

No seu primeiro ato público desde o início oficial da campanha, em Presidente Prudente (SP), no dia 22 do mês passado, a reportagem do UOL flagrou o candidato vestindo um colete à prova de balas, cercado de seguranças. A peça foi utilizada por ele em outras duas viagens desde então, em Rondônia e no Acre.

Presidente em exercício do PSL e um dos mais próximos aliados do deputado federal, o advogado Gustavo Bebianno disse à reportagem que, entre os candidatos, Bolsonaro "está em nível 1 [máximo] de risco".

No mês passado, o próprio candidato foi questionado sobre a preocupação com a segurança e disse que é orientado a seguir certos ritos. "Obedeço e acima de tudo não revelo o que acontece no tocante à minha insegurança, pela minha segurança", declarou.

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