Eleições 2018

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Em vídeo direcionado a Fernando Haddad (PT) divulgado nas redes sociais nesta quinta-feira (6), o presidente Michel Temer (MDB) refutou ser "golpista", em referência ao termo utilizado pelo PT devido ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e disse que o petista "inventa coisas da sua própria cabeça".

Temer abre sua fala afirmando não saber como ficará a situação da chapa do PT. O partido briga na Justiça para garantir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa participar da disputa e Haddad seja seu vice. Após decisão desfavorável do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o caso aguarda análise de recursos. Se Lula não puder concorrer nas eleições, Haddad deverá substitui-lo na cabeça da chapa e ter Manuela D'Ávila (PCdoB) como candidata a vice.

Ele então nega ser golpista, defende a reforma trabalhista -- amplamente criticada pelo PT -- e pede que Haddad leia a Constituição Federal para verificar que, quando um presidente da República é impedido, o vice deverá assumir o cargo.

"Mas quero recomendar a você, quando você e seus companheiros me chamam de golpista e de alguém que fez uma reforma trabalhista que recupera a modernidade do nosso país, eu quero que você leia a Constituição, Haddad. Coisa que você fará com toda a tranquilidade", diz.

"É que hoje, Haddad, ninguém quer cumprir a Constituição, ninguém quer cumprir lei. As pessoas querem fazer aquilo que você está fazendo. Ou seja, inventar as coisas da sua própria cabeça", acrescentou.

Ao voltar a defender a reforma trabalhista, Temer pede que Haddad pare de criticá-la, pois diz terem sido criados 448 mil empregos com carteira de trabalho assinada e 1,5 milhão de postos de trabalho.

"Não diga isso, Haddad. Não combina com você. Se você algum dia ocupar algum cargo, você vai ter que colocar a Constituição ao lado e segui-la, como eu sigo e estou agora relatando isso a você. Tome cuidado, Haddad. Tenha cuidado", finalizou.

Vídeos também criticaram Alckmin

Este é o terceiro vídeo publicado por Temer em menos de 24 horas. Os dois primeiros foram direcionados ao candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, para contestar críticas do tucano ao governo do emedebista.

Alckmin respondeu nesta quinta pela manhã as críticas feitas por Temer. "O problema do governo Temer não são os ministros, é o presidente, que não tem a liderança que precisa ter e nem a legitimidade que precisa ter", disse Alckmin em sabatina do jornal O Estado de S. Paulo e da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado).

As mensagens de Temer são respostas às "falsidades colocadas no programa eleitoral" do tucano, segundo afirmou o presidente. "O PSDB me ajudou no governo, foi base do meu governo [...]. Portanto o PSDB apoiou o meu governo. Não faça como os que falseiam, que mentem para conseguir votos, seja realista", disse Temer em um dos vídeos.

Em entrevista nesta quinta-feira (6), Alckmin disse que foi contra a participação do PSDB no governo do emedebista e que os tucanos deveriam apenas dar apoio parlamentar. "Na época eu disse que não devíamos participar do governo, dar apoio parlamentar, mas sem participar, não é nosso, não elegemos."

O candidato ainda afirmou que não votou em Temer e que ele escolheu ser vice da ex-presidente Dilma Rousseff por duas vezes. "Não votei no Temer, ele é da chapa da Dilma, Dilma-Temer, ela escolheu o Temer e ele escolheu a Dilma, aliás, reincidente, ele foi duas vezes vice-presidente da Dilma."