Bolsonaro pediu moderação no tom após ataque, diz candidato a vice

Do UOL, em São Paulo

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    General Hamilton Mourão, durante entrevista no Central das Eleições, da GloboNews

    General Hamilton Mourão, durante entrevista no Central das Eleições, da GloboNews

O general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro (PSL), disse nesta sexta-feira (7) que o presidenciável pediu moderação no tom da campanha, com o objetivo de unir o país. Bolsonaro está internado em São Paulo em estado grave, mas em situação estável, depois de ter levado uma facada em ato de campanha em Minas Gerais na quinta (6).

Em entrevista à GloboNews, Mourão disse ter conversado por telefone com Bolsonaro hoje pouco antes das 19h30. Segundo o general, a ligação foi feita pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC), um dos filhos do candidato a presidente, que falou pelo viva-voz.

"Ele [Bolsonaro] me disse que nós vamos moderar o tom. Por que qual é o nosso grande objetivo? Se formos eleitos, a gente vai governar para todo o Brasil, e não para pequenos grupos", afirmou o general. "Sem união, a gente não chega a lugar nenhum."

Segundo Mourão, "não adianta haver confronto nesse momento", e a orientação de Bolsonaro foi de "não exacerbar as questões que estão ocorrendo".

"Não é caso de guerra"

Questionado sobre sua primeira declaração após o ataque contra Bolsonaro -- "se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós" -- Mourão classificou a fala como uma reação de primeiro momento.

"É o normal que acontece quando ocorre um acidente dessa natureza", disse. "Realmente, se subiu um pouco o tom", completou, afirmando ainda que em seguida a direção foi para "baixar o tom, porque não é caso de guerra".

Perguntado se haveria condições de controlar um discurso mais radical por parte da militância, Mourão assumiu que não. 

"Não temos condições 100% de controlar isso aí. Estamos difundindo pequenos vídeos, mandando o pessoal racionalizar, focar", afirmou.

O candidato a vice ainda disse que a ideia agora é "difundir as propostas de Bolsonaro" em vez de "ficar todo mundo se atirando abaixo da linha da cintura, como já vinha acontecendo".

Militares no governo

Questionado sobre se o governo Bolsonaro-Mourão pode vir a ser composto, como o candidato do PSL certa vez disse, por "um monte de militares", Mourão respondeu que essa é uma figura de retórica de seu companheiro de chapa.

"O que o Bolsonaro quer dizer é que nós precisamos de gerentes e não entregar um ministério de porteira fechada para um partido político ou para um político", disse. "Temos que escolher gente competente. (...) A questão-chave é competência e eficiência gerencial." 

Mourão também minimizou declarações de Bolsonaro a respeito do emprego de militares na educação, dizendo que talvez o capitão reformado tenha dificuldade para explicar a proposta. "A realidade é que temos experiências bem-sucedidas em alguns estados da federação do uso de policiais militares da reserva em colégios, mas não é aquela história de que vamos ter colégio militar em tudo que é lugar."

Imigração venezuelana

Mourão também foi perguntado sobre o posicionamento da chapa com relação à entrada de imigrantes venezuelanos no país. Disse que Bolsonaro e ele consideram ser este um problema para o governo federal solucionar, e não para o estado de Roraima.

"O governo tem que resolver. A gente não pode virar as costas para os venezuelanos", disse. "Nós temos que ter uma política externa rigorosa e passar a imagem da ajuda humanitária que todo país tem que fornecer."

Relação com EUA e Trump

Mourão disse que é preciso estabelecer uma boa ligação com Trump, porque os países têm que procurar o entendimento entre si independentemente do governo. 

Afirmou ainda que Trump "conta com a má vontade da imprensa" e que chamar Bolsonaro de "Trump tropical" não é adequado. "São coisas distintas. Trump tinha um império. Bolsonaro é um político", disse.

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