Candidatos encerram trégua e criticam Bolsonaro três dias após atentado
Diogo Max
Colaboração para o UOL, em São Paulo
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Ronaldo Silva/Estadão Conteúdo
9.set.2018 - Geraldo Alckmin (PSDB) condenou o "ataque vil" a Jair Bolsonaro (PSL)
Os candidatos a Presidência da República voltaram a criticar o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), que levou uma facada na última quinta-feira (6), em Juiz de Fora (MG). Se pouco depois do atentado os discursos eram solidários e pediam por tolerância às ideias do adversário, o tom dos presidenciáveis mudou e voltou ao modo de ataque no campo das ideias e expondo as divergências políticas.
Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta segunda-feira que a solidariedade ao candidato do PSL precisa ser separada da escolha para presidente nas eleições. No início da campanha eleitoral, o tucano elegeu Bolsonaro como principal alvo tanto nas falas quanto nos programas de rádio e TV.
"Uma coisa é a solidariedade a quem foi vítima de um ataque covarde, vil, desejamos a ele pronto restabelecimento e de outro lado condenamos duramente isso", afirmou Alckmin. "Outra é escolher quem vai ser o presidente, unir o Brasil, fazer mudanças que o Brasil precisa para retomar o emprego, a renda. Porque é isso que interessa para a população".
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Outro candidato que criticou Bolsonaro nesta segunda-feira foi Álvaro Dias (Podemos), que não poupou o uso da ironia para tratar do assunto durante a sabatina de UOL, Folha e SBT. "Temos de pensar no Brasil. São 208 milhões de brasileiros, não apenas um internado no [hospital Albert] Einstein", disse. O candidato do Podemos ainda afirmou que "não mudou nada" o seu dia a dia de campanha. "Não parei um dia de andar nas ruas", declarou.
Ciro Gomes (PDT) afirmou que os posicionamentos de Bolsonaro estimulam à violência, em uma passeata no centro de Mauá (SP). "Não concordo com nada que ele pensa, nada do que ele fala. Depois do ataque, suspendi as atividades da minha campanha. Mas agora é bola para frente", disse. O pedetista já havia criticado Bolsonaro na noite do último domingo (9), durante o debate da TV Gazeta. Segundo ele, o candidato do PSL foi ferido na barriga, mas não mudou nada na cabeça.
Em Salvador (BA), Marina Silva (Rede) foi mais comedida no ataque a Bolsonaro, afirmando que "a melhor forma de se sentir seguro é não incitar o ódio". Comentando sobre a facada levada pelo deputado federal, ela lembrou o estatuto do desarmamento, alvo frequente de críticas do candidato do PSL. "Imagine se essa pessoa estivesse com uma arma de fogo? Seria uma tragédia. Graças a Deus que temos o estatuto do desarmamento", afirmou
Bolsonaro agradece apoio de fãs
O candidato do PSL a presidência da República, Jair Bolsonaro, passará por uma nova cirurgia. Ele continua internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Albert Einstein, em São Paulo. A data do novo procedimento ainda não foi divulgada pela equipe médica.
Pelo Twitter, o deputado federal agradeceu as passeatas de apoio a sua candidatura. "Este apoio é nosso combustível", afirmou.
Agradeço a cada cidadão, pai, mãe, filho e filha, pelos atos de solidariedade realizados nos últimos dias. Este apoio é nosso combustível. Tenho me comunicado menos por conta da recuperação, sendo auxiliado por um de meus filhos. Muito obrigado a todos! Nós vamos mudar o Brasil! pic.twitter.com/
— Jair Bolsonaro 1??7?? (@jairbolsonaro) September 10, 2018
Bolsonaro permanece sem sinais de infecção, recebendo o suporte clínico, cuidado de fisioterapia respiratória e motora, e alimentação por soro, de acordo com o último boletim médico do hospital.
*Com informações da Reuters e do Estadão Conteúdo
Veja como foi o ataque a Jair Bolsonaro em Juiz de Fora
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