Meirelles critica "bagunça de Dilma", elogia Lula e se esquiva de Temer

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

O candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (13) que não se arrepende de ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, mesmo que o governo do sucessor, Michel Temer (MDB), detenha hoje altos índices de rejeição.

Ex-ministro da Fazenda de Temer, Meirelles participou da sabatina promovida pelo UOL, em parceria com o jornal "Folha de S.Paulo" e o SBT, em São Paulo. "Não posso me arrepender de ter tirado o Brasil do buraco e de ter arrumado a bagunça que a Dilma criou", disse, sobre o apoio ao impeachment da petista.

Indagado sobre o fato de que ele costuma mencionar mais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o próprio Temer em sua campanha ao Planalto, Meirelles alegou que o eleitor não costuma se lembrar de fatos mais anteriores. O candidato foi presidente do Banco Central nos governos no petista, entre 2003 e 2010).

"Trabalhei com Lula e Temer, mas meu compromisso é com minha história, com o futuro do Brasil e com tudo aquilo que tenho capacidade", disse.

"Fiquei oito anos com o ex-presidente Lula, um longo tempo e um período que deu para colocar o Brasil para crescer", afirmou. Ainda sobre o petista, o elogiou ao afirmar que Lula "estabilizou a economia, controlou a inflação e colocou o Brasil para crescer".

A última pesquisa Ibope, divulgada nesta terça-feira (11), mostrou que Meirelles tem 3% das intenções de voto, empatado numericamente com Alvaro Dias (Podemos) João Amoedo (Novo).

Por outro lado, ao ser questionado sobre a possibilidade de Temer compor um governo seu, Meirelles foi evasivo. "Isso [Temer em algum ministério] vamos avaliar no momento adequado", resumiu. "Quando escolho um time, ele é o mais adequado, e minha história diz isso", completou.

Ao final da sabatina, indagado se ele se espelharia mais em Lula ou Temer, caso seja eleito, declarou: "Não divido o Brasil em quem gosta ou não do Lula, ou em quem gosta ou não do Temer", respondeu. "Vou me espelhar na minha carreira e em tudo o que fiz pelo Brasil."

Políticos do MDB investigados

Sobre o fato de o MDB ter uma série de políticos envolvidos em escândalos e/ou presos, tais como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (RJ) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA), o presidenciável minimizou a situação ao afirmar que se trata "é a democracia funcionando no estado de direito".

"A investigação deve ser feita em todas as direções, ninguém deve estar isento de investigações. Todos podem ser investigados", disse. Por outro lado, defendeu que não haja "uma politização da Justiça".

"Acredito que a Justiça não pode ser politizada. E tem que prevalecer sobre todas as influências políticas. Respeito muito e vou prestigiar a Lava Jato", declarou.

Sabatinas do UOL, Folha e SBT

Nesta quarta-feira (12), estava agendada a sabatina com o candidato Cabo Daciolo (Patriota), mas foi cancelada por ele em razão de um retiro de 21 dias para "orações e jejum" pela "nação e Jair Bolsonaro".

Nesta terça-feira (11), Geraldo Alckmin (PSDB) respondeu aos questionamentos dos jornalistas. Ciro Gomes (PDT)Marina Silva (Rede)Guilherme Boulos (PSOL) e Alvaro Dias (Podemos) também já foram sabatinados.

De acordo com o que foi definido por sorteio, depois da sabatina com Meirelles, seria a vez da entrevista com Jair Bolsonaro (PSL), marcada para o dia 14 de setembro. Internado, Bolsonaro, não deve participar.

Foram convidados os candidatos dos partidos com representatividade no Congresso (com ao menos cinco parlamentares), conforme determina a legislação eleitoral.

Veja íntegra da sabatina UOL, Folha e SBT com Meirelles (MDB)

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