Marina critica Mourão por frase sobre casas com mães e avós: "uma afronta"

Diogo Max

Colaboração para o UOL, em São Paulo

  • Caio Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

A candidata à Presidência da República Marina Silva (Rede) criticou declaração dada nesta segunda-feira (17) pelo vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB). Nesta tarde, ele afirmou que famílias pobres "sem pai e avô, mas com mãe e avó" são "fábricas de desajustados" que fornecem mão de obra ao narcotráfico.

"É uma afronta chamar de desajustados os filhos de 11,6 milhões de mulheres que chefiam lares", disse Marina, em uma declaração publicada nas suas redes sociais.

Segundo a candidata da Rede, essas mulheres enfrentam "sozinhas todas as dificuldades" para criar filhos e netos. "É da valentia dessas mães e avós que nasce o milagre da sobrevivência de milhões de pessoas".

A vice na chapa do pedetista Ciro Gomes, Katia Abreu (PDT), também criticou o general da reserva e o chamou de "ogro". "Não consigo acreditar. Eu e meus dois irmãos fomos criados pela minha mãe e minha avó", disse a ex-ministra da Agricultura. "Criei meus três filhos sozinha com apoio da minha mãe. Ninguém desajustado, senhor ogro", afirmou.

Em uma palestra em São Paulo, o vice de Bolsonaro afirmou que a sociedade em todo o mundo vive uma crise de costumes, gerando "uma fábrica de elementos desajustados" no caso brasileiro.

"A partir do momento em que a família é dissociada, surgem os problemas sociais. Atacam eminentemente nas áreas carentes, onde não há pai e avô, é mãe e avó. E, por isso, torna-se realmente uma fábrica de elementos desajustados que tendem a ingressar nessas narco-quadrilhas."

Ele criticou também a política externa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Nós nos ligamos com toda a mulambada, me perdoem o termo, do lado de lá e de cá do oceano na diplomacia Sul-Sul", disse Mourão.

Queda nas pesquisas

Na última pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira, Marina Silva aparece empatada tecnicamente com o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

O tucano possui 6,1% das intenções de voto, enquanto a ex-ministra do Meio Ambiente tem 4,1%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa revelou também que Bolsonaro mantém a liderança com 28,2% das intenções de voto. O candidato do PT, Fernando Haddad, aparece em segundo, com 17,6% da preferência do eleitorado nacional. Ciro Gomes (PDT) vem em terceiro, com 10,8%. 

Campanha no Twitter

Os apoiadores de Marina apostaram no Twitter nesta terça-feira para tentar ajudar a campanha da fundadora da Rede. Eles elegeram a hashtag #VotoMarinaPq para tentar levá-la ao topo de assuntos mais comentados.

Os perfis oficiais de Marina e da Rede têm retuitado algumas dessas mensagens.

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